Apocalipse Capítulo XVI

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Capítulo XVI

1 E ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, que dizia aos sete anjos: Ide e derramai sobre a terra as sete taças, da ira de Deus.
2 Então foi o primeiro e derramou a sua taça sobre a terra; e apareceu uma chaga ruim e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem.
3 O segundo anjo derramou a sua taça no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu todo ser vivente que estava no mar.
4 O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.
5 E ouvi o anjo das águas dizer: Justo és tu, que és e que eras, o Santo; porque julgaste estas coisas;
6 porque derramaram o sangue de santos e de profetas, e tu lhes tens dado sangue a beber; eles o merecem.
7 E ouvi uma voz do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.
8 O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido que abrasasse os homens com fogo.
9 E os homens foram abrasados com grande calor; e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram para lhe darem glória.
10 O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino se fez tenebroso; e os homens mordiam de dor as suas línguas.
11 E por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram o Deus do céu; e não se arrependeram das suas obras.
12 O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do oriente.
13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs.
14 Pois são espíritos de demônios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso.
15 (Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.)
16 E eles os congregaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom.
17 O sétimo anjo derramou a sua taça no ar; e saiu uma grande voz do santuário, da parte do trono, dizendo: Está feito.
18 E houve relâmpagos e vozes e trovões; houve também um grande terremoto, qual nunca houvera desde que há homens sobre a terra, terremoto tão forte quão grande;
19 e a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e Deus lembrou-se da grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira.
20 Todas ilhas fugiram, e os montes não mais se acharam.
21 E sobre os homens caiu do céu uma grande saraivada, pedras quase do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraivada; porque a sua praga era mui grande.


1. “E OUVI, vinda do templo, uma grande voz, que dizia aos sete anjos:
Ide e derramai sobre a terra as sete salvas da ira de Deus”.

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 “...uma grande voz”. Este capítulo marca os juízos de Deus em magnitude! É utilizada
nove vezes a palavra “grande” nesta secção com sentido
especial:

I  “...uma grande voz” (v.1); “...grande calores” (v.9); “...grande rio Eufrates” (v.12); “...grande dia” (v. 14); “...grande voz do templo” (v.17); “...grande terremoto” (v.18); “...grande cidade” (v. 19); “...grande Babilônia” (v.19); “...grande saraiva” (v.21). A passagem de Apocalipse 15.7 mostra-nos que os “quatro seres viventes” (seres superiores a esses anjos pela demonstração do contexto) entregaram os juízos, salvas, aos sete anjos. Algo semelhante pôde ser presenciado em Ez 10.7, onde um querubim entregou aos sete personagens ali descritos o julgamento das brasas de fogo. Este capítulo apresenta a última série de (“sete”) no que diz respeito aos julgamentos principais, embora ainda tenham de aparecer mais duas séries assim a saber, as “sete” visões sobre a queda de babilônia e as visões da “derrubada de Satanás”.
II  Ide e derramai. A presente expressão segue paralelamente o mesmo número da palavra “grande” neste capítulo: 9 vezes (vs. 1, 2, 3, 4, 6, 8, 10, 12, 17). “Derramai”: isso sugere um juízo súbito, completo e esmagador. Os anjos que vão executá-los, são seres “magníficos em poder” (Sl 103.20). A missão deles é clara; e eles se mostram obedientes. Também é a “voz de Deus” que em foco nesta passagem, porque todos estavam “fora do templo” (15.8) até o fim de sétimo flagelo. João ouviu a voz do Senhor. Isto empresta maior dignidade ao material que se segue. O Dr. R. N. Champrin declara: “Deus cuidará pessoalmente das últimas pragas. Elas serão tão horrendas que terão uma intervenção divina em sua execução. Tenhamos também em mente que as sete taças, como assinala o versículo, têm um caráter geral e abrangente; elas são a consumação dos juízos nas visões dos selos e trombetas”.

1ª Taça
2. “E foi o primeiro, e derramou a sua salva sobre a terra, e fez-se uma
chaga má e maligna nos homens que tinham o sinal da besta e que
adoravam a sua imagem”.

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(VER A INTRODUÇÃO DESTE FLAGELO EM APOCALIPSE 8.7, QUE DIZ: “E o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra...”).
 “...uma chaga má e maligna”. Os juízos das trombetas limitam-se, mais ou menos, aos limites do mundo romano, mas os juízos das taças hão de cobrir a terra e devem constituir a guerra total de Deus sobre o mundo. Na consumação deste juízo encontramos paralelo na passagem de Jó 2.7, onde lemos: “Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó duma chaga maligna...”. J. Filo refere-se a úlceras (elkos) dolorosas como castigo apropriado que se deveria esperar contra os aderentes do “culto do imperador”. Nos últimos dias maus, os adoradores da Besta, terão de sofrer os horrores descritos neste versículo. Os medicamentos terrenos não poderão impedir ou curar essa “chaga má e maligna”. Os magos de Faraó (Janes e Jambres) não podiam permanecerem quietos diante de Moisés “...por causa da sarna; porque havia sarna em os magos, e em todos os egípcios” (Êx 9.11b); ali, aquelas eram de caráter temporários; porém, sendo de caráter escatológico; são incuráveis (Dt 28.27, 35). A sexta praga do Egito que tem o seu paralelo nesta primeira aqui, foi dirigida contra os magos egípcios; neste ponto, porém, a praga se volta contra aqueles que adorarem a Besta. “Assim como se submeteram à marca da Besta, assim também terão de submeter-se à marca do Deus vingador”.

2ª Taça

3. “E o segundo anjo derramou a sua salva no mar, que se tornou em
sangue como de um morto, e morreu no mar toda a alma vivente”.

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(VER A INTRODUÇÃO DESTE FLAGELO EM APOCALIPSE 8.8, QUE DIZ: “E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como u grande monte... e tornou-se em sangue...”).
 “...e morreu no mar toda a alma vivente”. Esta segunda praga tem seu paralelo, na primeira praga que caiu no Egito, quando o Rio Nilo tornou-se em sangue, matando os peixes (Êx 7.14 e ss). Mas aqui o próprio “mar” é afetado em grau supremo. Quando dos juízos das trombetas, somente uma “terça parte” se transformou em sangue, e somente uma “terça parte” da vida marinha pereceu (8.9). Mas, no presente texto, os efeitos serão mais vastos. O mar tornou-se em sangue como de um morto, imundo e coagulado, impossibilitando a vida no mesmo. “O sangue é uma vívida e terrível da morte, o salário do pecado. Essa foi a primeira praga do Egito, o Nilo transformou-se em sangue... mas agora será o mar... cardumes de criaturas que tinham vida no mar morreram, e como testemunha apodrecida da iniqüidade dos súditos da Besta, o homem do pecado...”. Alguns estudiosos da Apocalipse, opinam que toda essa descrição é simbólica, referindo-se ao envenenamento do sangue da vida das nações, como se a questão fosse de ordem “moral” ou “espiritual”, e não literal. Mas devemos ter mente o que disse Jesus a João: “...estas coisas hão de acontecer” (1.1, 19; 22.6).



4. “E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das
águas, e se tornaram em sangue”.
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(VER A INTRODUÇÃO DESTE FLAGELO EM APOCALIPSE 8.10, QUE DIZ: “E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela... sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas”).

 “...nos rios e nas fontes das águas”. Essa praga tem também seu paralelo na primeira praga que caiu sobre o Egito, que atingiu não somente o rio Nilo, mas também as fontes, os poços e os ribeiros, transformando-os em sangue. Nos dias sombrios do governo do Anticristo homens terão manchado a terra com o sangue dos mártires. Deus agora lhes dará sangue a beber – uma justa retribuição, como é declarada em Gl 6.7. Esta é a lei da compensação divina para os súditos da Besta. deus como Justo Juiz, em sua perfeita justiça e retidão, derramará a sua grande ira, no tempo da terceira taça, dando sangue a beber aos que derramaram sangue dos santos. Será uma das mais horrendas pragas desta série de “sete” quando os homens e os animais terão somente sangue coagulado para beber.

5. “E ouvi o anjo das águas que dizia: Justo és tu, ó Senhor, que és, e
que eras, e santos és, porque julgaste estas coisas”.

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“...o anjo das águas”. Além do que é depreendido do presente texto, havia também idéia entre o povo da aliança helenizado que certos elementos da natureza são controlados pelos anjos. Assim, teríamos os anjos dos quatro ventos (Ap 7.1), do calor, da geada, das águas, do fogo, e assim, interminavelmente. No versículo em foco, o anjo representado, literalmente falando, tem a tarefa de guardar o suprimento das águas, sendo assim, o “anjo-capitão” dessa parte da natureza (cf. Jo 5.4; At 27.23-24). Na teologia judaica os judeus e outros escritores da antiguidade, chegaram até exagerar nomes de alguns desses anjos. Assim, Niconias estaria encarregado das fontes das águas. E Admael seria o anjo da terra, conforme diziam as idéias da época sobre os anjos.

I  No sentido simbólico do significado do pensamento, As águas que viste (diz o anjo intérprete a João), onde se assenta a prostituta (“são povos, e multidões, e nações, e línguas”). Na simbologia profética, fontes, rios e mares, têm o sentido geral das nações inquietas e desorganizadas (cf. Jr 6.5; Ez 29.3; Dn 7.2; Lc 21.25; Tg 1.6; Ap 17.15). Assim, para nós, o “anjo das águas”, refere-se a um “guarda eterno” responsável pela segurança das nações, e também de executar juízo sobre elas (Êx 14.19, 20; 23.20; Dn 10.13, 20, 21).

6. “Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas,
também tu lhes deste o sangue a beber; porque disto são merecedores”.

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 “...visto como derramaram sangue”. Dois anjos apareceram em foco nesta declaração: o das águas (v.5) e o do altar (v.7). Eles proclamam que o “sangue dos santos” deve ser punido. No livro de Números (32.23) há um solene aviso de Deus: “...se não assim, eis que pecastes contra o Senhor: porém, sentireis o vosso pecado, quando vos achar”. O castigo desta secção, é uma espécie de “punição de acordo com a natureza da transgressão”. Aquilo que um homem semeia, isso também ele ceifará, isto é o “abc” da doutrina cristã tanto no passado como no presente. Profeticamente falando, entretanto, essas palavras se aplicam aos crentes mártires que sofrerão por mandado do Anticristo. No contexto profético do significado do pensamento, esse livro foi escrito para os cristãos de todos os tempos, mas, sem sentido especial, para os santos gentios e israelitas convertidas na tribulação. 

7. “E ouvi outro do altar, que dizia: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-
poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos”.

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I. “...outro do altar”. Em Ap 6.9 as almas dos mártires, clamavam debaixo
do altar, por vingança. O altar do presente texto, é o mesmo altar visto por João na visão anterior, e o “outro do altar” que se traduz também no original grego por “o anjo do altar”, é sem dúvida um elevado poder angelical, revestido de uma “função sacerdotal”, responsável em guardar “as orações dos santos”. Sua voz assinala o cumprimento e resposta das orações dos santos do capítulo seis do presente livro. o Apóstolo João ouviu a poderosa voz do anjo sacerdote justificando o julgamento de Deus. “Exemplificando: encontramos o sangue de Abel falando (Gn 4.10), e o altar é a base dos juízos de Deus, que nos fala da morte de Cristo. Deus ouvirá também, a voz dos santos mártires, desde Abel até aos da Grande Tribulação (8.5). A implacável ira divina, santa e justa... requererá do Trono uma resposta segura e firme, e como certeza disso, nele está posto “um vigia eterno”. O anjo do altar”.

4ª Taça
 
8. “E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe permitido
que abrasasse os homens com fogo”.


 
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(VER A INTRODUÇÃO DESTE FLAGELO EM APOCALIPSE 8.12, QUE DIZ: “E o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol...”).

 “...abrasasse os homens com fogo”. A quarta taça tem mais ou menos seu paralelo na sexta praga do Egito. A da saraiva misturada com fogo (Êx 9.24 e ss). Na introdução, porém, tem seu paralelo na nona praga egípcia (Êx 10.21-23). Na passagem em foco vemos os homens sendo abrasados com “fogo”, embora a palavra “fogo”, no grego, culto ela indique a extrema intensidade do calor solar. A literatura paralela do Apocalipse predissera que Deus fará o sol ficar parado na mesma altura por três dias, criando um calor excessivo que castigará aos povos ímpios e rebeldes. É lamentável dos homens desprezarem a “sombra do Altíssimo” e se submeterem, mesmo que contragosto, ao fogo do juízo de Deus. A profecia bíblica não foi escrito para satisfazer a curiosidade humana, antes do que “cumprimento”, e, sim, para “instruir” aqueles que viverem na época do seu cumprimento. Oremos pelos homens! Deus pode humilhar os que andam na soberba (Dn 4.37).

9. “E os homens foram abrasados com grandes calores, e blasfemaram
o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se
arrependeram para lhe darem glória”.

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 “...não se arrependeram”. Já tivemos a oportunidade de ver no Apocalipse, os juízos de Deus a cair sobre a humanidade, em ordem crescente, e, ao mesmo tempo, vemos homens endurecidos contra Deus, seguindo um paralelo na mesma escola: Não se arrependeram! “Note-se como as primeiras quatro taças segue o curso das quatro trombetas. Porém, quanto à cronologia não são paralelas. Os juízos das trombetas marcam a introdução destes juízos e caíram numa área delimitada: terra, mar, rios, fontes das águas, sol, lua e estrelas (8.7, 8, 10, 12), contudo, foram limitados, cada vez, à “terça parte”. Mas não há limites nos juízos das taças; elas varrem tudo”. O que os homens persistem em fazer, se for mau, torna-os incapazes de vencer a própria corrupção de sua natureza. A fibra moral é tão debilitada que os tornam incapazes do arrependimento; e esse é um dos aspectos do julgamento contra o pecado (Rm 6.23).

5ª Taça

10. “E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o
seu reino se fez tenebroso; e eles mordiam as suas línguas de dor”.


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(VER A ITRODUÇÃO DESTE FLAGELO EM APOCALIPSE 9.1-2, QUE DIZ: “E O QUINTO anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra... e abriu o poço do abismo, e subiu fumo do poço, como o fumo de uma grande fornalha, e com o fumo do poço escureceu-se o sol e o ar”).
“...se fez tenebroso”. A presente passagem ainda tem seu paralelo na nona praga do Egito. Ali o reino de Faraó também se fez “tenebroso” durante três dias (Êx 10.22). Aqui o “trono da Besta” afetado pelo juízo da quinta taça é o mesmo que ela herdou do dragão logo no início de seu reino (13.2). A missão deste anjo celestial, é derramar a sua taça sobre o “grande trono” não só da apostasia religiosa do mundo, mas, conseqüentemente, sobre todo o ‘falso” poder. As trevas que envolveram o trono da Besta, são “trevas sobrenaturais”. É verdade que através da história tem havido trevas estranhas e aterrorizante, em que o sol, por assim dizer, não dava luz. Diz um astrônomo que “Isso se deve à (“poeira cósmica”) ao atravessar as elevadas camadas da atmosfera terrestre, em quantidade apreciável”. Mas na quinta taça este fenômeno, será produzido por uma intervenção sobrenatural; sem dúvida alguma: O poder de Deus. W. Ramsay declara que a expressão “mordiam as línguas de dor” é a única na Bíblia e indica uma agonia mais intensa e excruciante.

11. “E por causa das suas dores, e por causa das suas chagas,
blasfemaram do Deus do céu; e não se arrependeram das suas obras”.


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“...blasfemaram do Deus do céu”. A palavra “blasfêmia” no grego moderno é “blasphemeo”, ou seja “falar coisas injuriosas”, “difamar”, ‘dizer coisas abusivas”, etc. Tanto no Antigo Testamento como no Novo encontramos uma extensão do seu significado. Aqui no presente texto, o sentido da raiz da palavra é a de um ato afrontoso mediante o qual a honra de Deus é insultada. Nos ensinamentos de Jesus está declarado que a “blasfêmia” nasce no “interior dos corações dos homens” (Mc 7.21.22), cuja finalidade um psicólogo descreve como segue: “...odiar, ferir, prejudicar, aniquilar, menosprezar, desdenhar, detestar, abominar, difamar, caluniar, amaldiçoar, espoliar, arruinar, demolir, repugnar, ridicularizar, implicar, provocar, caçoar, humilhar, acerta (eu te acerto), espicaçar, envergonhar, criticar, cortar, contrariar, banir, surrar, subjugar, competir com,embrutecer, maltratar, oprimir, intimidar, esmagar, imprensar”. O objetivo próprio do verbo e seus cognatos é vilipendiar o nome de Deus, o qual é amaldiçoar ou desonrado em lugar de ser honrado.

6ª Taça

12. “E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e
a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do
Oriente”.


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(VER A INTRODUÇÃO DESTE FLAGELO EM APOCALIPSE 9.13, QUE DIZ: “E tocou o sexto anjo a sua trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro, que estava diante de Deus. A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates”).
 “...O grande rio Eufrates”. O rio Eufrates era um dos rios do Paraíso (Gn 2.14). Seu nome em hebraico é “perath”, derivado do acadiano “purattu’, que representa o sumeriano “buranun”, e a forma neotestamentária, “Euphart~es”. Os hebreus o chamavam de “o grande rio” (ver notas expositivas sobre isso, 9.14). O Eufrates forma-se pela junção de dois tributários: o Murado-Su, que começa no lago Van, e o Kara-Su ou Frata, que nasce a 74 quilômetros a nordeste de Erzerum.

I  “O curso total do rio Eufrates desde sua nítida nascente até sua desembocadura no Golfo pérsico é de 3.093 quilômetros e 600 metros. Sua profundidades varia entre 3 e 10 metros e sua largura é de 200 a 400 metros aproximadamente”. Seu leito se encravava na Ásia Continental, e na antiguidade era conhecido como a linha divisória entre o mundo oriental e Ocidental. O juízo desta taça secará suas águas momentaneamente, pois doutra forma, seriam necessários três anos consecutivos sem chuver. Ilustrando a passagem em foco, temos Deus abrindo o mar Vermelho (Êx 14.21, 2), de igual modo o Jordão 40 anos depois (Js capítulo 3). Também está profetizado a secura do rio Nilo (Is 11.15). O grande rio Eufrates passará por um momento semelhante na história. Suas águas secarão preparando assim “o caminho dos reis do oriente” que vêem em demanda da terra de Israel.

II  Reis do Oriente. H. Lindsey diz: “Cremos que a China é o princípio da formação dessa grande profecia chamada “reis do leste” pelo Apóstolo João”. Como o emblema nacional do Japão é “o sol nascente”, pode ser que essa nação partilhe no avanço das asiáticas. Isso se depreende na forma plural (“reis do Oriente”) vista no presente texto. Recentemente um documentário de TV sobre a China Vermelha, denominado “A Voz do Dragão”, citava potência dispor de um “exército popular” de 200.000.000 de homens.

13. “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso
profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs”. 


 
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I. “...semelhantes a rãs”. Esse elemento, envolve uma certa aparência

daquilo que foi visto no Egito, em sua segunda praga; a das rãs (Êx 8.1 e ss). Vemos apenas três espíritos, mas, demoníacos; eles explicam as grandes hordas de “rãs” naturais, como equivalentes. A rã é um animal imundo conforme a lei cerimonial; é sinal de maldade.

1. Segundo o Dr. W. Malgo, Rãs são estranhos seres anfíbios. Elas vivem tanto nas escuras e enlameadas profundezas, como em solo firme sob o sol. Elas podem ocupar a fantasia dos homens. Elas têm membros semelhantes a eles., O que chama a atenção são seus olhos extremamente grandes e o volume de voz desproporcional. Muitas vezes elas surgem repentinamente das profundezas. Uma rã tem algo de misterioso e sinistro”. A simbologia profética aqui depreendida é, certamente, a rã vive tanto na terra como na água; podendo juntar combatentes tanto da terra (os continentes) como da água (as ilhas). O zoroastrismo dividia os animais em duas categorias, bons e maus, mais ou menos como faziam os judeus, em limpos e imundos. A rã era um animal imundo. Portanto, aquelas rãs serão espíritos “imundos”, tal como suas fontes originais, o dragão e duas Bestas.

14. “Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais
vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a
batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso”.


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 “...dia do Deus Todo-poderoso”. Há no Novo Testamento quatro termos
técnicos para determinar três épocas distintas e o quarto, assinalam um
acontecimento especial (o dia da ressurreição de Cristo):

I O DIA DE JESUS CRISTO. O dia do Senhor Jesus Cristo está ligado com o arrebatamento da Igreja, porque o nome de JESUS que significa Salvador, está na frase inserido (Mt 1.21; At 4.12). Ele faz parte do “dia da salvação” e nele não há vingança. Os acontecimentos que terão lugar nele são: (a) Jesus virá para os seus santos. 1Ts 4.17; (b) Virá como a estrela da manhã, 2Pd 1.19; (c) Virá até aos ares e voltará. 1Ts 4.17; (d) Virá para sua Igreja. Jo 14.3 (e) Virá como o Cordeiro de Deus.

II  O DIA DO SENHOR OU DE CRISTO. O dia do Senhor em (Is 2.12; 13.9; 26.20- 21; 34.8; Jl 1.15; 2.1-2; Am 4.18; Ob v.15; Sf 1.14-15; Zc 14.1; Ml 4.5; At 2.20; 1Ts 5.2, 3), e outras passagens, tanto do Antigo como do Novo Testamentos, como “Filho do homem”em Lc 17.24 e dia de Cristo em 2Ts 2.2; refere-se ao “dia da ira” (2Ts 1.7, 8 e Ap 6.16, 17). O nome de Cristo, que quer dizer: “O Rei Ungido”, relaciona-se com o senhorio e governo de Cristo. Esse dia terminará no vale do Armagedom e será precedido por sete sinais: (a) O novo aparecimento de Elias, Ml 4.5; (b) Sinais sobrenaturais. Jl 2.1-11; Mt 24.29-30; At 2.19-20; (c) Os “filhos do dia” (os crentes) fora do mundo. 1Ts 5.1-5; (d) A apostasia numa igreja morna que será vomitada na vinda de Jesus – Laodicéia. 2Ts 2.3; Ap 3.16; (e) A manifestação do homem do pecado. 2Ts 2.2, 8. (f) Os acontecimentos narrados nos capítulos 6 a 19 de Apocalipse; (g) A grande convocação dos combatentes para o vale de Armagedom. Ap 16.14. Os acontecimentos que terão lugar nele são: (aa) Jesus virá para ser recebido por Israel. Zc 12.10; Mt 23.39; Rm 11.26; (bb) Virá para terminar a grande guerra do Armagedom. Mt 24.30; Ap 19.11 e ss; (cc) Jesus virá com os seus santos. Cl 3.4; Jd v.14; (dd) Jesus virá até terra e ficará nela. Zc 14.4; (ee) Jesus virá como o sol da Justiça. Ml 4.2; (ff) Virá como Leão da Tribo de Judá. O dia da passagem em foco, é exatamente esse terrível grande dia.
III O DIA DE DEUS. O dia de Deus também pode ser chamado de “dia do Senhor” no sentido próprio (2Pd 3.10). Os acontecimentos que terão lugar nele são: (a) A expurgação do céu e terra pelo fogo. 2Pd 3.12; (b) O Juízo final descrito em Ap 20.11 e ss; (c) A perdição dos homens ímpios. 2 Pd 3.7.

IV O DIA DO SENHOR. Esse dia marca o dia da ressurreição de nosso Senhor com sentido especial (Jo 20.19; Ap 1.10). Cronologia: do dia do Senhor (ressurreição) até o dia do Senhor Jesus Cristo, 2.000 anos aproximadamente; do dia de Jesus Cristo até o dia de Cristo ou do Senhor, 7 anos; do dia de Cristo até o dia de Deus, 1.000 anos aproximadamente. (Ver notas expositivas sobre isso, Ap 1.10).

15. “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e
guarda os seus vestidos, para que não anda nu, e não se vejam as suas
vergonhas”.

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 ‘...como Ladrão”. Outras passagens do Novo Testamento comparam a vinda do Senhor com a vinda de um ladrão (ver notas expositivas sobre isso, em Ap 3.3). A idéia não é de astúcia, mas surpresa para os que andam nas trevas (1Ts 5.4); isso sugere uma maneira secreta, repentina e inesperada (Mt 24.43; Lc 12.39; 1Ts 5.4, 15; 2Pd 3.10; Ap 3.3; 16.15). Visto como o ajuntamento dos reis do Oriente com a Besta é sinal da vinda de Cristo a fim de destruir seus inimigos, os santos da tribulação são exortados a vigiar esperando sua volta; esse deve ser o significado do pensamento na presente passagem (cf. 1Ts 5.4).

I Guarda os seus vestidos. Isso pode ser analisado de duas maneiras: (a) A ponta para a indecência, para falta de pureza, por ter-se entregue a devassidão, e ao pecado em qualquer sentido. Gn 3.10; (b) Indica a nudez do espírito, ou seja, sem aquelas vestes da “imortalidade” indispensável a todos os santos (2Co 5.8). A igreja de Laodicéia tinha sido advertida contra pobreza e nudez espiritual, e aconselhada a comprar ‘vestidos brancos” para que não aparecesse sua nudez esp
iritual naquele grande dia (Ap 3.18). Isso é uma exortação ao zelo espiritual.

16. “E os congregaram no lugar que em hebreu se chama
Armagedom”.


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 “...Armagedom”. A palavra “Armagedom” significa “montanha de Megido”;designa o local onde se ferirá a batalha. Historicamente falando, já foi uma fortaleza Cananéia no tempo de Josué (Js 12.21). Geograficamente, tem formato triangular, encrava-se na confluência de três vales (Jesreel, Esdraelom e Armagedom). Embora Armagedom possa ser classificada como vale, pela sua extensão e aspecto do conjunto é preferível qualifica-la como planície. Este vale tem sido muito famoso campo de batalha dada a importante posição que ocupa. Dele Napoleão Bonaparte: “Eu faria deste lugar um campo de batalha para os exércitos de todo o mundo”. (Ver notas expositivas sobre isso, em Ao 14.20). Hoje, como todos sabem, à sua entrada está o porto de Haifa. É uma das áreas da Palestina mais acessíveis ao desembarque de tropas anfíbias.
I Armagedom ou Megido era também o nome da cidade (hoje al lejjun); é o
vale que os judeus chamam planície de Jesreel, que vai do monte Tabor até junto do monte Carmelo. O vale “Megido” ou “Asdraelom”, é também interpretado como: “lugar de tropas” ou “lugar de multidões”. Vários personagens do passado foram derrotados aí neste vale: Sísera (Jz 5.8, 31); Acazias (2Rs 9.27); Josias (2Rs 23.29, 30). Ao nome de Jesreel (cidade) está ligado a violenta morte da rainha Jezabel, cujo nome se tornou proverbial e simbolicamente profético. Saul e seus filhos tombaram mortos em Armagedom ao lado da montanha de Glboa (1Sm 29.1, 11 e 31.1). Seja como for, ali, pois, haverá a grande conflagração e mortandade, naquele vale e no extremo ocidente do Jordão, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso.

7ª Taça

17. “E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande vos do
tempo do trono, dizendo: Está feito”.


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(VER A INTRODUÇÃO DESTE FLAGELO EM APOCALIPSE 11.15, QUE DIZ: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grande vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”).
“...Está feito”. A sétima taça é a consumação do “terceiro ai” (a sétima trombeta), Ambas as coisas nos levam ao fim desta era, e ambas envolvem a “ira final”. A presente expressão lembra-nos das últimas palavras do Senhor Jesus na cruz, quando disse: “Está consumado” (Jo 19.30). Elas marcam o término de uma grande obra e o início de outra; ambas são consolidadas na terceira expressão: “Está cumprido” (Ap 21.6). Está feito, no presente texto, é para declarar que “os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo”. É o fim da presente era e o estabelecimento do governo de Cristo com poder e grande glória. A grande vos que disse: “Está feito”. É a voz de Deus e sua declaração final. Deus é que diz a última palavra. Convém notar que no segundo dia da criação quando Deus criou “os ares”, não pronunciou a palavra: (“bom”); isso se reveste de significação especial (Gn 1.6-8). Satanás é o príncipe “...das potestades do ar” (Ef 2.2), e portanto sua influência perniciosa será derribada de qualquer posição nesta sétima taça.


18. “E houve vozes, e trovões, e relâmpagos, e um grande terremoto, como
nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra: tal foi este tão grande
terremoto”.


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 “...um grande terremoto”. No texto bíblico geral, os terremotos ou seus fenômenos correlatos são registrados em diversos períodos: No Monte Sinai, ao ser transmitida a lei (Êx 19.18), nos dias de Saul (1Sm 14.15), nos dias de Elias (1Rs 19.11), de Uzias (Am 1.1; Zc 14.5), e de Paulo e Silas (At 16.36). Dois grandes terremotos marcaram a morte e ressurreição de Jesus (Mt 27.51 e 28.2). O Dr. Kirpatrick diz que o terremoto dos dias de Uzias foi produzido por força sobrenatural. E o Historiador F. Josefo diz que se deu no momento quando o rei Uzias tentou impiamente forçar a sua entrada no templo, para queimar incenso (2Cr 26.16 e ss). Nesse momento um grande terremoto abalou o chão, o templo abriu-se, e uma luz brilhante como raio fulminou dele e feriu a cara do rei,de maneira que ele ficou leproso; enquanto em frente à cidade, no lugar chamado Eoge, a metade da montanha ao oeste desmoronou, e, rolando até a montanha ao leste, ali parou. Seja como for, o terremoto do presente versículo, será produzido por uma demonstração do poder de Deus.

19. “E a grande cidade fendeu-se em três partes. E as cidades das nações
caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da
indignação da sua ira”. 


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 “...a grande cidade fendeu-se em três partes”. O grande terremoto descrito nos versículos (18 e 19) festa secção foi um terremoto sui generis: nunca houve igual desde que há homem sobre a terra. Talvez antes tenha havido, mas antes de haver homem na terra (Jr 4.23-26). O epicentro foi registrado na capital da Judéia (Jerusalém), mas o abalo derrubou as cidade das nações. Todas caíram.

I Tão destruidor é esse vasto terremoto que Jerusalém é dividida em três partes. Seus efeitos são também, sentidos em vários aspectos: (a) todas as cidades caíram; especialmente a capital do império do Anticristo: Roma; (b) os montes foram removidos dos seus lugares (especialmente o monte das oliveiras). Zc 14.4-5; (c) as ilhas como são vistas no versículo 20, fugiram. Isto é, desapareceram inundadas por grandes maremotos sem precedentes na história humana; (d) uma chuva de saraiva cai como chumbo sobre a humanidade. Em Ap 6.14, temos a introdução deste grande acontecimento.


20. “E toda a ilha fugiu; e os montes não se acharam”.

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 “...toda a ilha fugiu... os montes não se acharam”. Na passagem de Ap 6.14, há apenas a remoção das ilhas e das montanhas, aqui, porém, será a consumação de tudo aquilo. Um terremoto sem precedente na história fará desaparecer não só as ilhas, mas removerá também as montanhas. Os cientistas contemporâneos esperam modificação na estrutura da terra e dos pólos dentro dos próximos 30 anos. Eles asseveram que se houvesse estudo suficiente, poder-se-ia predizer quando a terra terá seus pólos modificados. Nós, que cremos na palavra profética e nas determinações de Deus, sabemos ser isso possível a qualquer momento. Cremos que na antiguidade já tenha havido fatos semelhantes. Cidades antigas completas têm sido encontradas sob o nível do mar. Supomos que o dilúvio de Noé foi uma dessas ocasiões, quando massas terrestres inteiras deslizaram e os pólos modificaram suas posições.

21. “E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva, pedras do peso de
um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva:
porque a sua praga era mui grande”. 


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 “...caiu do céu uma grande saraiva”. Já tivemos ocasião de falarmos sobre saraiva em outra secção deste livro (8.7). Ela é sempre um juízo súbito esmagador: usado no campo do castigo (Is 28.2; Ez 38.22; Ap 8.7; 11.19). A natureza esmagadora e avassaladora deste juízo tornou-se clara ao lembrarmo-nos de que as pedras caídas do céu “pesavam um talento” cada. Uma chuva semelhante aconteceu no Egito (Êx 9.27) que aludi à sétima praga, a praga da saraiva; e também com Ap 11.19, que se refere ao mesmo fato deste versículo. Os súditos da Besta serão atingidos com saraiva de um talento. Este peso é calculado entre 31 e 48 quilos. Mas, segundo um rabino, a palavra “tonelada” teve sua raiz na palavra “talento”. Se assim for, então esse peso será multiplicado por vinte vezes mais. Cremos que há séculos e milênios esta chuva já estava preparada para esse dia nos “tesouros da saraiva... até ao dia da peleja e da guerra” (Jó 38.22, 23). Este capítulo inteiro é uma demonstração sobre a natureza humana recalcitrante da iniqüidade. “Seu desafio obstinado é inflexível. Os homens resistem a Deus e à sua autoridade e morrem sem misericórdia!”.  



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Apocalipse Capítulo XV

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Capítulo XV

1 Vi no céu ainda outro sinal, grande e admirável: sete anjos, que tinham as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus.
2 E vi como que um mar de vidro misturado com fogo; e os que tinham vencido a besta e a sua imagem e o número do seu nome estavam em pé junto ao mar de vidro, e tinham harpas de Deus.
3 E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, ó Senhor Deus Todo-Poderoso; justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó rei dos séculos.
4 Quem não te temerá, Senhor, e não glorificará o teu nome? Pois só tu és santo; por isso todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos.
5 Depois disto olhei, e abriu-se o santuário do tabernáculo do testemunho no céu;
6 e saíram do santuário os sete anjos que tinham as sete pragas, vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos, à altura do peito com cintos de ouro.
7 Um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da ira do Deus que vive pelos séculos dos séculos.
8 E o santuário se encheu de fumaça pela glória de Deus e pelo seu poder; e ninguém podia entrar no santuário, enquanto não se consumassem as sete pragas dos sete anjos.


1. “E vi outro grande e admirável sinal no céu: sete anjos, que tinham
as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus”.

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 “...nelas é consumada a ira de Deus”. O presente capítulo mostra-nos outra série de calamidades a sobrevir a terra. essas calamidades são similares em caráter e propósito às pragas das sete trombetas (8.7 a 11.19), e, sobretudo, a estas últimas: há um período de antecipação, porém, em cada uma dessas séries, a ordem cronológica é estabelecida. Na primeira, tivemos a aclamação do Cordeiro como digno de romper os selos do livro selado (5.1-14). Na segunda, quando da abertura do selo (8.1-6), houve preparação para o toque das sete trombetas (8.6). E mesmo as taças sendo a consumação dos juízos executados pelas trombetas,
contudo, há, aqui também um pequeno intervalo.

I  O leitor deve observar a frase “...grande e admirável” nesta secção. Separadas, as palavras “grande e admirável” aparecem muitas vezes. Mas, em todo o Novo Testamento, uma ao lado da outra, só neste capítulo, nos versículos primeiro e terceiro. O comentarista H. R. Charles declara: “Este capítulo consiste de duas visões. A primeira (vs. 2-4) trata do cântico triunfal, entoado pelos mártires, estando ao redor do mar de vidro, nos céus. A segunda visão se relaciona aos sete anjos que desceram do templo celestial (vs. 5-8), aos quais foram dadas as sete taças, repletas da ira de Deus”.

2. “E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus”.

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“...mar de vidro misturado com fogo”. No capítulo 4.6 deste livro encontramos este mar de vidro visto por João. Neste ponto, porém, João adiciona uma característica ao que já dissera antes, a saber: que seu colorido era como “fogo”. Nas passagens de Apocalipse 4.6 ele é descrito como “mar completamente transparente”, que se mantém calmo, pois um “mar de vidro” indica uma massa compacta. Além disso, mostra-se que ele é atravessado pela luz, como o cristal. Isso lembra o grande acontecimento nas margens do Mar Vermelho, quando Israel, salvo por Deus da fúria de Faraó, cantou ao Senhor do outro lado em voz de trunfo (Êx 15.1 e ss). Parece que João queria dizer em seu informativo apocalíptico que esse “mar” do presente texto se tornara uma espécie de “mar vermelho celestial”, onde os vencedores da Besta e seus sequazes, se encontram do outro lado da vida, e em pé, à margem do mar de vidro, antes de prosseguir em direção ao trono, entoam “o cântico de Moisés... e o cântico do Cordeiro”.

I  “O mar de vidro espelha a divina beleza e glória de Deus. Está repleto de luz, clara e brilhante como cristal, e transparente como os pensamentos e planos de Deus, os quais são de sabedoria, clareza e veracidade indescritíveis...”. Os capítulos sétimo e décimo quarto deste livro já haviam descrito este grupo de peregrinos como “vencedores”, e o autor sagrado somente faz, aqui alusão ao fato; a não ser que agora eles cantam o novo cântico, o hino da vitória de Moisés, por terem atravessado o mar Vermelho e terem triunfado.

3. “E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-poderoso! Justo e verdadeiro são os teus caminhos, ó Rei dos santos”.

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“...o cântico de Moisés... e o cântico do Cordeiro”. Já que este cântico é de Moisés e do Cordeiro, pode estar subentendida a unidade essencial da Antiga e da Nova dispensação ou testemunhos, bem como a unidade de todos os remidos em Cristo. (Ele veio “...reunir em um corpo os filhos de Deus”. Jo 11.52). Sua redenção é boa para o primeiro e para o segundo Pacto, não conhecendo limites de tempo, de espaço e de raça. Assim, os “vencedores” de todos os tempos, podem “cantar” na “terra” (cântico de Moisés), e no “céu” (cântico do Cordeiro). O cântico de Moisés é o “Cântico da Libertação”; e o do Cordeiro sem dúvida, é o ‘Cântico da Redenção”. O Antigo Testamento registra dois cânticos de Moisés (Êx 15.1 e ss; Dt capítulo 32), porém, apenas com essas palavras citadas nos versículos 3 e 4 desta secção, está em foco o “Cântico Triunfal” nas margens do mar Vermelho.

4. “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome?
Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão
diante de ti, porque os teus juízos são manifestos”.

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“...todas as nações virão, e se prostrarão”. Essas palavras frisam a conversão das nações durante o Milênio (cf. 21.24 e ss; 22.2). Na passagem de 14.7 as nações são exortadas a se arrependerem e adorarem a Deus. Naturalmente, isso envolverá somente as nações que sobreviverem aos juízos divinos; mas certamente, também está em foco o estado eterno; subentendendo que todas as nações encontrarão em Cristo a razão de sua existência, pois ele é o “Mediador entre Deus Pai e todas as criaturas” (Ef 1.23; 1Tm 2.5). nele, tudo encontra seu propósitos, pois ele é “tudo para todos”. Deus é o Senhor de todos; tanto da presente era como na eternidade. Ele é e será proprietário e Senhor. O mundo inteiro, finalmente, haverá de perceber isso, mediante o processo histórico completado por meios de várias intervenções divinas.

5. “E depois disto olhei, e eis que o templo do tabernáculo do
testemunho se abriu no céu”.

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 “...o templo do tabernáculo’. No Novo Testamento dois vocábulos gregos:
“hieron” e “naos”, são traduzidos geralmente por “templo”. Mas, em uso literal ou figurado, no pensamento cristãos, deve-se conferir o emprego dos termos “casa” (oikos) e “lugar”. O uso metafórico de “templo” deve ser também comparado a “edifício” (oikodom~e).

I  A expressão “tenda” (sk~em~e) ou o tabernáculo do testemunho se acha somente em trecho do Novo Testamento, em At 7.44. Mas ali não há qualquer alusão ao templo, e, sim, ao tabernáculo original, armado no deserto. Em algum sentido todos os templos (isto é, o de Salomão; de Esdras; de Herodes; esses que os judeus erigirão, no local da Cúpula da Rocha (Dn 9.27; Mt 24.15; 2Ts 2.4), e o templo escatológico de Ezequiel, capítulo 40 a 48), todos serão tratados como uma só “casa”: a casa de Deus. No presente texto, o “templo” que João viu se “abrir” não foi na terra, mas no “céu”. O Apóstolo foi capaz de olhar para o “interior” do lugar do testemunho de Deus. Os judeus criam que as coisas terrenas eram figuras das celestiais (Hb 8.5 e 9.23), de maneira que o templo terrestre era apenas uma “cópia” do celestial (Ap 3.12; 7.15; 11.19; 14.15, 17; 15.5, 6, 8; 16.1).

6. “E os sete anjos que tinham as sete pregas saíram do templo,
vestidos de linho puro e resplandecente, e cingidos com cintos de ouro
pelos peitos”.

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“...vestidos de linho”. Observemos que os trajes dos anjos, no presente
texto, são semelhantes ao traje de Cristo, visto glorificado no capítulo 1.13 deste
livro. Isso significa “dignidade” e “elevado ofício”. Estas vestes e cintos só eram usados pelos sacerdotes e juízes da Alta Corte. No caso de Cristo, isso representa sua dignidade como “sacerdote e juiz”. No caso dos anjos nesta secção, refere-se à função de “juízes” por eles desempenhado. Os sete magistrados da Suprema Corte estavam também cingidos com cintos de ouro; a mesma coisa é dita acerca de Cristo, em Is 11.5 e Ap 1.13 respectivamente; “A justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade o cinto dos seus rins”. Esses anjos estavam encarregados de uma missão; uma comissão proveniente dos mais elevados céus. Seus trajes, devidamente equipados, fala de poder, dignidade, retidão e verdade (Is 22.21; Jr 12.18; Ef 6.14). A passagem de Daniel 10.5, 6; 12.7, mostra um anjo celestial vestido da mesma forma.

7. “E um dos quatro animais deu aos sete anjos salvas de ouro, cheias
da ira de Deus, que vive para todo o sempre”. 

 
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“...sete salvas de ouro”. O termo grego usado nesta passagem diz “phiale”. Indica um vaso largo e raso, usado para propósitos de libação ou para servir bebidas; mas estas dos elevados poderes angelicais, são de fabricação divina. Elas não estão vazias e, sim, “cheias da ira de Deus”; essa expressão “ira de Deus” é retratada por seis vezes no Apocalipse (14.10, 19; 15.1, 7; 16.1, 19). Como em português, o grego usa duas palavras diferentes para traduzir o sentido de indignação: “thymos”, a primeira, significando cólera ou furor, a mais forte; a segunda: “orguê”, significa “raiva”, “ira”. (Ver notas expositivas sobre isso em Ap 6.17). “A ira de Deus” é um termo técnico que indica “juízo”, não sendo descrição de qualquer emoção violenta da parte do Senhor.

8. “E o templo encheu-se com o fumo da glória de Deus e do seu
poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as
sete pragas dos sete anjos”.

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 “...o templo encheu-se”. As visões contempladas por João, neste versículo, marcam acontecimentos semelhantes aos que temos em Êx 40.34 e ss. A “tenda” ficou tomada pela glória de Deus, do poder de sua presença, de sua presença temível de tal modo que nem o próprio Moisés pode ali entrar (Êx 40.35). Algo semelhante pode ser visto em 1Rs 8.16 e Ez 10.2-4. Nessa visão, a glória de Deus encheu o templo, como se fosse uma fumaça expelida de uma grande fornalha (Is 6.1-6). Devemos ter em mente que cerca de 1.550 anos antes, houve uma manifestação de Deus no Monte Sinai. “O Monte Sinai ficou inteiramente toldado pela fumaça, porquanto o Senhor desceu ali em foco; e a fumaça subiu como se fora de uma fornalha, e o Monte inteiro estremeceu grandemente”. Seja como for, o templo celeste aqui foi envolvido em chamas! Deus é inabordável, exceto por meio de Cristo, que é o Verbo. Sob certas circunstâncias, como estas do presente versículo todo acesso a Deus é interrompido! Nem mesmo os seres celestes ali puderam entrar, pois se assim o fizessem a ira divina os consumiria! (cf. Hb 12.18-21).  



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Apocalipse Capítulo  XIV

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7 Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!


8 Eis a voz dos teus atalaias! eles levantam a voz, juntamente exultam; porque de perto contemplam a volta do Senhor a Sião.
Isaías 52 : 7 - 8.



1 E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam na fronte escrito o nome dele e o nome de seu Pai.
2 E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão e a voz que ouvi era como de harpistas, que tocavam as suas harpas.
3 E cantavam um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil, aqueles que foram comprados da terra.
4 Estes são os que não se contaminaram com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes foram comprados dentre os homens para serem as primícias para Deus e para o Cordeiro.
5 E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis.
6 E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo,
7 dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
8 Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição.
9 Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão,
10 também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
11 A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, nem aquele que recebe o sinal do seu nome.
12 Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
13 Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham.
14 E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada.
15 E outro anjo saiu do santuário, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, porque já a seara da terra está madura.
16 Então aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi ceifada.
17 Ainda outro anjo saiu do santuário que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada.
18 E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lança a tua foice afiada, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras.
19 E o anjo meteu a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus.
20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até os freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.



1. “E OLHEI, e eis que estava o cordeiro sobre o monte de Sião, e com
ele centro e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o
nome dele e o de seu Pai”.


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 “...o Cordeiro sobre o monte de Sião”. “Sião” é mencionado somente uma vez no Apocalipse e é um termo extremamente interessante. Como certo escritor expressou: “Das 110 vezes que Sião é mencionado, 90 são em termos do grande amor e afeição do Senhor por ele, de modo que o lugar tem grande significação. No Novo Testamento, Sião é mencionado nas seguintes passagens: (Mt 21.5; Jo 12.15; Hb 12.22; 1Pd 2.6). “A palavra “Sião” significa “monte ensolarado”. Ainda que a palavra tenha uma ampla aplicação, (incluindo até mesmo o local do templo de Jerusalém, algumas vezes), indica a colina mais oriental das duas sobre as quais Jerusalém foi edificada. O monte Sião também é identificado com a Jerusalém “lá de cima” (Gl 4.26), e com a cidade de Deus nos céus (Hb 12.22)”. A cidade de Davi era Jerusalém (1Rs 8.1). O templo foi edificado no monte de Moriá; o palácio de Davi, no monte Sião. Portanto, Sião se tornou o lugar escolhido como a sede do reinado de Cristo durante o Milênio (Is 2.3; Ob v.17).

I  Com ele 144.000. Novamente há aqui uma visão sobre os 144.000 vistos no capítulo sétimo deste livro. durante a Grande Tribulação, esse grupo de assinalados são comparado a “orvalho” ou “chuvisco”, e no Milênio a “leão” (Mq 5.7, 8). O presente texto, parece descrever um quadro do começo do Milênio. No capítulo 12.10, João ouve uma grande voz (“no céu”); nesta secção porém, ele ouve uma voz (“do céu”). Evidentemente, ele não está no céu e, sim na terra. A visão, trata- se, pois, de uma antecipação: o Cordeiro, na sua segunda vinda ou “parousia”, reunindo o grupo já mencionado no capítulo 7.4-8. São eles os 144.000 israelitas selados em suas frontes, preservados vivos, durante a grande Tribulação, agora o Senhor os reúne no monte de Sião. Neste versículo é descrita a natureza do selo: tinham em suas testas o nome do Cordeiro e o de seu Pai.

2. “E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas”.

 
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“...como a voz de muitas águas”. A descrição da palavra “voz” que se repete por quatro vezes no texto em foco, é similar à várias outras que aparecem no Apocalipse. A voz é associada ao “trovão”, conforme também se vê no presente versículo. Há quase sessenta ocorrências da “voz”, neste livro, e com certa variedade de discriminações. (Cf. notas expositivas sobre isso em Ap 1.15, p.2). Agora a “voz” assume uma qualidade musical, produzida por instrumentos de cordas. O grande som dos céus se transforma em uma música, e de natureza agradável. Tais simbolismos eram usados para mostrar a “bem-aventurança” daquele que entrar nos céus por meio do martírio; e isso visa também a consolar aqueles que em breve teriam de seres martirizados pelo próprio Anticristo (cf. 6.11). Nos versículos que se seguem, são chamados de “primícias”. Isto é, o nome que se dava à parte das coisas que os israelitas adquiriam para oferecer ao Senhor (Lv 22.12; Nm 5.9; 18.8; 28 e 29). Segundo o Dr. J. Davis, os primeiros frutos colhidos, penhores da futuras messes, pertenciam ao Senhor. Assim também, os 144.000 são as “primícias” dentre os israelitas comprados para Deus e para o Cordeiro.

3. “E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos
quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico,
senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra”.


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“...cantavam um como cântico novo”. O cântico do Senhor, é declarado nas Escrituras como “um novo cântico” (Sl 40.3; 96.1; 149.1) e só pode aprendê-lo aquele que está com seus pés em um lugar firme “como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre” (Sl 125.1). Não devemos nos esquecer de que os 144.000 regozijam-se porque foram “comprados dentre os homens”. Temos a frase dupla “comprados da terra” (um lugar pecaminoso) e “comprados como primícias” (os primeiros). Algumas versões dizem: “comprados” ou “resgatados” em lugar de “redimidos”.

I A última vez que vimos o Cordeiro ele estava diante do trono, no céu (9.9); aqui ele está na cidade Santa, Sião ou Jerusalém. É possível que devemos entender também que simbolicamente o monte Sião, significa lugar de vitória e libertação. O Salmo 2, promete que o Ungido do Senhor será colocado “...sobre... o monte de Sião”. No Novo Testamento, todavia, Sião se tornou “a cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial” (Hb 12.22). Os 144.000 são todos novas criaturas, e por este motivo entoam “um novo cântico” ao Cordeiro que os resgatou.

4. “Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”.


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 “...não estão contaminados com mulheres”. A sabedoria divina divide
este versículo em quatro partes distintas, como segue:

I (a) Não estão contaminados. É esta uma das razões que os faz “primícias” à semelhança de Cristo as primícias dos que dormem (1Co 15.20). Isso não quer dizer (segundo se depreende) que os 144.000 são somente homens (ainda que a expressão “não se contaminaram com mulheres” tenha esse sentido), ou meninos recém-nascidos como tem sido interpretado por alguns eruditos.

(b) São virgens. Devemos compreender isto no sentido espiritual (Mt 25.1 e ss), em contraste com a igreja apóstata (14.8), que espiritualmente era uma “prostituta” (17.1 e ss). Significa que não foram desviados da fidelidade ao Senhor. Conservaram em si mesmos seu amor virginal. 2Co 11.2; Ef 5.25-27; Ap 2.4.

(c) São os que seguem o Cordeiro. Essas palavras estão de acordo com o que lemos em Mc 2.14; 10.21; Lc 9.59; Jo 1.43 e 21.19, que falam sobre as exigências do discipulado cristão e sobre o fato que Cristo chama alguns para “segui-lo”. As exigências feitas por Cristo ao discipulado é “renúncia total”, e logo a seguir: “tomar a cruz”. O caráter dos 144.000 demonstra isso muito bem, a seriedade em suas vidas e no seu caráter, os declarou “pioneiros da fé” não fingida durante o sombrio tempo de extrema apostasia.

(d) Como primícias. Isso é dito também acerca de Cristo, em primeiro Coríntios 15.20, quando Paulo faz uma importante defesa sobre a “ressurreição”. Paulo diz que Cristo ressuscitou, como o emblema expressivo, da ressurreição da imortalidade. Na qualidade de “colheita”, Cristo foi o primeiro exemplar. No presente texto, os 144.000 foram também aceitos como os primeiros exemplares a aceitarem o testemunho de Cristo, e por cuja razão são contados como “primícias”, e “seguidores” do Cordeiro para onde quer que vai.

5. “E na sua boca não se achou engano; por que são irrepreensíveis
diante do trono de Deus”.


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“...na sua boca não se achou engano”. O leitor deve observar que a expressão contida no texto “...na sua boca não se achou engano” é dita também a respeito de cristo, em 1Pd 2.22. O termo grego, deste texto, diz “anomos”, forma negativa de “momos”, isto é, “mácula”, “culpa”, “censura”, etc. Isso pode ser comparado com 1Pd 1.19, onde Cristo, na qualidade de Cordeiro de Deus, aparece “sem mácula”. A dignidade destes 144.000 já se encontrava profetizada nas páginas áureas da Bíblia Sagrada, (cf. Sf 3.13), que diz: “o remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa”. Os 144.000 serão assim. Eles não “negarão” a Cristo; não concordarão com a fraude do culto do Anticristo. Eles se manterão puros de toda idolatria e imoralidade. “Serão nazireus completos para Deus no tocante à sua relação com o mundo”.

6. “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno,
para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo,
e língua, e povo”.


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" ...tinha o evangelho eterno”. Deus nunca se deixou a si mesmo sem testemunho (At 14.17); Ele é o Deus que “nunca muda” (Ml 3.6), e durante o tempo da Grande Tribulação levantará um grupo de pregadores do “Evangelho do Reino” que com grande poder darão o seu testemunho. Na plenitude dos tempos ele levantou antes da manifestação do Messias prometido a Israel, um João Batista; a pregação de João era precursora, isto é, preparava o caminho da manifestação do Filho de Deus aos filhos de Israel (Ml 4.5, 6; Mt 3.1 e ss; Jo 1.15 e ss). O mesmo Jesus designou também um grupo de pregadores do “Evangelho do Reino” (Mt 10.5- 7). Observe bem a frase: “Ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel. E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus”. Após sua morte e ressurreição ele ordenou que se pregasse o “Evangelho da graça de Deus” a toda criatura “começando por Jerusalém” (Mc 16.15; Lc 24.47). Agora, no presente texto, vimos um elevado poder angelical a pregar “O Evangelho Eterno”.

I O Evangelho pregado nessa época de Angústia é o mesmo Evangelho ensinado por Jesus, porque, como sabemos, não há “outro evangelho” (Gl 1.8). O Evangelho é o mesmo, mas pode ser apresentado na sua multiforme: (a) O EVANGELHO DO REINO; (b) O EVANGELHO DA GRAÇA; (c) O EVANGELHO ETERNO; (d) O QUE PAULO CHAMA DE MEU EVANGELHO. O Dr. C. I. Scofield, define o Evangelho como segue:

II  A palavra evangelho, em si significa “boas novas”; por isso o Evangelho é alguma coisa essencialmente diferente de qualquer ensino ou doutrina anterior. Quatro manifestações do Evangelho devem ser anotadas e cada uma delas, com significação especial:

(a) O EVANGELHO DO REINO. Isto é, as boas novas que Deus propôs estabelecer na terra, em cumprimento do concerto davídico (2Sm 7.16, etc), um reino não político, mas espiritual, judaico, porém, universal, sobre o qual o Filho de Deus herdeiro de Davi, reinará, e o qual será, por mil anos, a manifestação da justiça de Deus entre os homens. Duas pregações deste Evangelho são mencionadas nas Escrituras, uma passada, começando com o ministério de João Batista e terminando com a rejeição do seu Rei pelos judeus. A outra. Ainda futura (Mt 24.14), durante a Grande Tribulação, e imediatamente antes da Vinda em glória de Cristo – O Rei rejeitado:

(b) O EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS. Isto é, “as boas novas” de Jesus Cristo, o Rei rejeitado, que morreu na cruz pelos pecados do mundo, que ressurgiu para nossa justificação,e que por Ele todos os que crêem são justificados de todas as coisas. Esta manifestação do Evangelho é referida de várias maneiras, como segue: (aa) É o Evangelho “de Deus”. Rm 1.1, porque se origina no seu amor; (bb) “de Cristo”. 2Co 10.14, porque dimana do Seu sacrifício e porque ele é o único objeto de fé para salvação; (cc) “da graça de Deus”. At 20.24, porque salva aquele a quem a lei condena; (dd) “da glória”. 1Tm 1.11, porque diz respeito Àquele que está na glória, e que leva muitos filhos à glória. Hb 2.10; (ee) “da nossa salvação”. Ef 1.13, porque é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; (ff) “da circuncisão”. Gl 2.7, porque diante do poder deste Evangelho, “não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos”. Cl 3.11; (gg) “da incircuncisão”. Gl 2.7, porque salva inteiramente à parte de forma e ordenanças; (hh) “da paz”. Ef 6.15, porque por Cristo o Evangelho estabelece paz entre o pecador e Deus, e dá paz interior também:

(c) O EVANGELHO ETERNO (o do presente texto). Este será pregado logo no fim da Grande Tribulação e imediatamente antes do julgamento das nações descritas em Mt 25.31 a 46. Essas “boas novas”, pregadas pelo “anjo” é universal, e abrange a “toda a criatura”.

(d) O EVANGELHO QUE PAULO PREGAVA. (Ele o chamou de “meu Evangelho”. Rm 2.16). Este é o Evangelho de Deus no seu mais pleno desenvolvimento, e inclui a revelação do resultado desse Evangelho na chamada da Igreja, e as relaçoes, posições, privilégios e responsabilidades:

(e) HÁ OUTRO EVANGELHO. 2Co 11.4; Gl 1.6. Este é apenas uma falsificação que alguém usa tirando proveito do “Evangelho de Cristo”. Somos advertidos contra ele, o tal evangelho.

7. “Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e daí-lhe glória; porque
vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o
mar e as fontes das águas”.


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"...porque vinda é a hora do seu juízo”. O leitor deve observar como a mensagem do Evangelho é progressiva em suas várias manifestações ao mundo, e em qualquer época: - simplesmente “Evangelho” (Mc 1.15). “O Evangelho de Cristo” (Rm 1.16). “O Evangelho de Deus”(Rm 1.1). “O Evangelho de Jesus Cristo” (Mc 1.1). “O Evangelho do Reino” (Mt 4.23). “O Evangelho da graça de Deus” (At 20.24). “O Evangelho de seu Filho” (Rm 1.9). “O Evangelho da glória de Cristo” (2Co 4.4). “O Evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13). “O Evangelho da paz” (Ef 6.15). “O Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Ts 1.18). “O Evangelho Eterno” como é visto no presente versículo e no anterior. Em todas as formas apresentadas nas notas expositivas do versículo seis e ss, o evangelho é “um só” (Gl 1.6-9). Em qualquer época o Evangelho pode se chamado de “pro tõn aiõnõn”, (desde a eternidade), isto é, “as boas novas da época”, com este sentido, o termo se acha mais de 25 vezes em o Novo Testamento. Este Evangelho é eterno no plano de Deus, desde a fundação do mundo.

I Temei a Deus. Este termo em (Ec 12.13), é abrangente a todos os homens. Essa expressão é judaica, e ocorre inúmeras vezes tanto no Antigo como no Novo Testamento. É evidente que esse Evangelho é uma “boa novas” tanto para Israel, como para todas as nações, como mensagem precursora para o Reino Milenial (cf. Mt 3.2, 3).

8. “E outro anjo seguiu dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande
cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua
prostituição”.


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 “...caiu, caiu Babilônia”. O que é descrito detalhadamente no capítulo 18 deste livro sobre a grande Babilônia, é antecipado pelo anjo de Deus no presente versículo. O anjo estabelece a seqüência deste acontecimento com grande poder, e ainda enfatizado pelo duplo clamor: “Caiu, caiu Babilônia”. “No Antigo Testamento, muitas vezes a cidade de Babilônia é tomada como símbolo de todos os inimigos do povo de Deus. Era chamada de “Babilônia, a grande”, porque era a cidade do poder, da riqueza, da cultura, do orgulho e da grandeza humana”.

I  Deu a beber do vinho. Sabemos pela história secular e por declarações bíblicas contemporâneas que a Babilônia da Caldéia embriagou as nações com a loucura de sua prostituição; mas essa cidade real desapareceu há muito. O versículo 8 desta secção, trata de uma famosa capital, hoje existente, cujo nome simbólico é Babilônia e, a exemplo daquela, “tem dado a beber do vinho da...sua prostituição”. O profeta Isaías (Is 21.9), enfatiza a lei da dupla referência profética sobre o mesmo assunto e Jeremias, segue o mesmo paralelismo (Jr 25.15).

9. “E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém
adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua
mão”.


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 “...se alguém adorar a besta”. nos dias da Grande Tribulação, o Anticristo, que será o paralelo profético dos imperadores babilônicos, e romanos, adorados no antigo culto, será adorado pelos habitantes do mundo, no período determinado de 42 meses. O falso profeta, que é a Besta que “subiu da terra”(13.11), é quem dirigirá esse culto. O poder e a ira de Deus, porém, fará tudo isso chegar ao seu fim, pelo zelo da sua palavra que disse: “Só ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4.10). Este versículo encerra a quarta visão deste capítulo, e a voz do anjo proclamador, apresenta uma contra-ordem divina ao edito da Besta que os homens não recusassem a adorar a imagem, sob pena de morte (13.15, 16). A advertência divina é essa: Quem for tragado pelo engano da Besta; também tragado será pelo ardente lago de fogo!

10. “Também o tal (seja quem for) beberá do vinho da lei de Deus, que
se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com
fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro”.


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 “...o tal beberá do vinho da ira de Deus”. “Os antigos sempre misturavam água com seu vinho e outras bebidas fortes e davam às tais bebidas um baixo conteúdo alcoólico, porquanto apenas oito por cento de álcool é suficiente para fermentação natural”.

I Sem mistura. A. R. Fausset escreve: “...o vinho era tão comumente misturado com água que misturar vinho, no grego, é usado por “despejar vinho”; (mas) este vinho da ira de Deus não é diluído; não tem alguma gota de água para arrefecer seu calor. Nada da graça ou da esperança é misturado com ele”. No tempo presente da dispensação da Graça, o “vinho” do juízo de Deus, ainda é dado com uma certa mistura (de misericórdia). Sl 75.8; porém, durante o tempo da angústia, isso afastado e os súditos da Besta beberão do “vinho da ira de Deus” que foi deitado não misturado. Isto é, puro! Não haverá nenhuma mistura de misericórdia, mas será executado em forma crescente. Logo mais eles entrarão em foco, conforme se vê no capítulo 16, deste livro. por essa razão é que as “taças” são chamadas “as sete salvas da ira de Deus” (16.1 e ss).

11. “E o fumo do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm
repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem,
e aquele que receber o sinal do seu nome”.


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“...seu tormento sobe para todo o sempre”. No versículo anterior desta secção, o castigo eterno dos adoradores da Besta é descrito na linguagem medonha. “O fog e o enxofre” estão em foco! Fogo e enxofre são símbolos de terrível angústia (Is 30.33). “Enxofre”, diz W. Newell, “é uma substância por demais terrível... em sua ação sobre a carne humana em tormento ao tocar o corpo. Combinado com o fogo, é agonia absoluta, angústia inexprimível! E é este o seu propósito, pois será a imposição ilimitada da vingança divina”. Aqui neste versículo, é revelado a natureza deste “vinho”; será um julgamento de Deus a ser aplicado em caráter eterno. Jesus falou do castigo eterno dos perversos (Mt 25.46), e advertiu acerca do inferno de fogo, onde “o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9.46, 48).

12. “Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os
mandamentos de Deus e a fé de Jesus”.


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 “...os mandamentos de Deus”. Alguns manuscritos trazem: “As dez palavras” ou a designação que se tornou comum sobre o conteúdo das duas tábuas de pedra – o “Decálogo”. Foram originalmente proferidas pela voz divina do monte Sinai, para serem ouvidas pelo povo de Israel (Êx 19.16 e 20.17). Depois disso, na presença de Moisés, no monte Sinai, foram escritas pelo “dedo de Deus” no verso e no anverso das duas tábuas de pedra. Todos, com exceção de um (“o quinto”), tinham uma expressão negativa (“não”): Êx 20.3, 4, 5, 7, 10, 13, 14, 15, 16, 17. No Novo Testamento, os mandamentos foram citados por Jesus quando interpelado pelo jovem rico: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mt 19.17). Evidentemente nesta secção, os mandamentos se relacionam com os judeus: enquanto que a “fé de Jesus” com os gentios (cf. At. 14.27).

13. “E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados
os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito para que
descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam”.


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 “...Bem-aventurados os mortos”. No Apocalipse há sete “bem-aventuranças”. Esta é a segunda delas (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7, 14). A primeira está em Ap 1.3. Ela se origina de uma palavra grega que significa “riqueza”: no texto em foco, ela além de outros sinônimos, significa: “ser feliz”, ser “bem-sucedido”, etc. O Senhor Jesus em o “Sermão da Montanha” falou das “Bem- aventuranças” e dos “Bem-aventurados” (cf. Mt 5.3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11). No Antigo Testamento, o conceito de ser “bem-aventurados” era apenas ser “feliz”. O Novo Testamento, porém, elevou essa palavra, dando-lhe o sentido de “felicidade espiritual”. Com base no bem-estar espiritual.

I Sim, diz o Espírito. Passagens como (Gn 24.7 e ss; ilustrada no versículo 58: “Irás tu com este varão? Ela respondeu: Irei”; Jo 14.16; 2Ts 2.7; Ap 14.13), demonstram que, durante a Grande Tribulação, o Espírito Santo estará “no céu”, na Corte Celestial. Isso se depreende do significado do pensamento: “Bem- aventurados...”. Sim, diz (“o Espírito”). A “voz” é a “voz do Espírito” e, evidentemente, foi partida diretamente “do céu”.

14. “E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um
semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa
de ouro, e na sua mão uma foice aguda”.



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 “...um semelhante ao filho do homem”. O profeta Daniel (cerca de 607 a.C.) teve uma visão sobre o Filho do homem no presente quadro: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele” (Dn 7.13). Baseado na passagem de (Mateus 13.37), que diz: “...O que semeia a boa semente, é o Filho do homem” e, Gálatas 6.7: “...tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. João identifica o Ceifeiro celeste como sendo o Senhor Jesus Cristo. “Sentado em uma nuvem branca está o Criador de todas as nuvens. Fazendo dela sua carruagem, ele parte para sua tarefa sombria. O sentar-se sobre a nuvem do juízo sugere “calma e deliberação”. Sem pressa: o Ceifeiro sega sua colheita”.
 I Uma foice aguda. A foice “aguda” (afiada) indica que a ceifa será rápida e completa. Temos aqui o simbolismo da “ceifa” (Jl 3.13), que representa o julgamento no fim da presente era (Mt 13.39-43). A foice é objeto mencionado por mais de 12 vezes nas Escrituras (Is 2.4; Jl 3.10, 13; Mq 4.3; Mc 4.29), e por sete delas nos versículos que temos nesta secção (vs. 14, 15, 16, 17, 18, 19). O livro do Apocalipse apresenta Cristo em sua magnitude! “No capítulo 22.1 vê-se seu poder repousante. O Pai e o Filho estão “assentados no trono”. No capítulo 19.11 ele está “assentado sobre um cavalo branco”, o que indica seu poder que avança. Mas aqui o Cordeiro está “assentado sobre uma nuvem”, o que indica seu poder de executar o juízo”.

15. “E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que
estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; é já vinda a
hora de segar, porque já a seara da terra está madura”.


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 “...outro anjo saiu do templo”. Cremos que a pessoa do Pai está em foco nesta passagem. Um anjo comum jamais teria dado ordem ao elevado poder da nuvem branca (cf. Hb 1.4 e ss). Na passagem de Joel 3.13, Deus é que manda “lançar a foice”, e a seguir o Filho do homem (que ali está oculto e aqui revelado) age prontamente, pois a seara está madura, ou “mais do que madura”, ou “seca”. A “seara da terra” diz respeito a Israel e não as “nações gentílicas”; enquanto que a “vinha da terra” (diferente da “vinha do Senhor” – Israel), diz respeito aos gentios e não Israel. “A palavra grega usada aqui é a mesma empregada para a figueira de Marcos 11.20; em Lucas 23.32 usa-se a forma adjetiva: o que se fará no caso? Significando o último e terrível estado de Israel”.

I A seara da terra. Há muitas interpretações sobre a “seara da terra” visto nesta secção. Alguns opinam que ela se refere a uma “colheita especial” dos “bagos caídos”: da grande colheita – o arrebatamento (1Ts 4.13-17) e tomam a passagem de (Lv 19.9-10) para exemplificar. Essa ceifa o Filho do homem não só mas usará também seus anjos como reais ceifeiros (Mt 13.39). Haverá então a “separação entre o trigo e o joio”.

16. “E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à
terra, e a terra foi segada”.


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 “...e a terra foi segada”. Este versículo informa que chegou o tempo da “colheita”, pois a metáfora baseada na vida agrícola continua (Tg 5.7). No momento exato, de acordo com o conhecimento do Pai, começará. O grego nesta passagem diz, literalmente, “secou”, o verbo “zeraino” é usado para indicar “estar maduro”. O fato de estar seca a seara parece, na nossa concepção, traduzir um certo “atraso”, mas o sentido realmente não é este. Lembremos que Jesus disse aos seus discípulos: “Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa” (Jo 4.36). Nos dias de Jesus na terra já havia chegado o “tempo” mas faltava a “hora”. A misericórdia divina esperou pacientemente por essa “hora”. Porém, chegara a hora: “E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra: e a terra foi segada!”. O segundo advento de Cristo começará, sobre a terra, quando for lançada a “foice”. Por assim dizer, será o provável começo deste acontecimento. O juízo da ceifa pode ser o Armagedom em foco! (16.16; 19.11-21). Isso se dará, no fim da presente era.

17. “E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também
tinha uma foice aguda”.


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“...outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda”. Cremos que novamente a pessoa de Cristo está em foco nesta visão. Haverá tanto o “corte” como o “recolhimento” do joio. Temos aqui nesta secção a combinação do quadro duplo da colheita e da vindima, segundo Joel 3.13, que diz: “Lançai a foice, porque já está madura a seara: vinde, descei, porque o largar está cheio”. O leitor deve observar bem as duas frases: “seara” (está ligada a colheita), e “largar” (está ligado a vindima). Para alguns teólogos a vinha da terra compreende toda apostasia religiosa do mundo, e terá como recompensa o dia da vingança do nosso Deus. Seja como for, esses versículo aqui, apresentam um quadro profético da grande guerra no vale de Armagedom (Is 63.16; Jl 3.11-16). É evidente, como já demonstramos, que o simbolismo da “seara” e da ‘vindima da terra”, aponta para a batalha do “grande dia do Deus Todo-poderoso”.

18. “E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras”.


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“...outro anjo, que tinha poder sobre o fogo”. Dado a interpretação que se dar a pessoa da divina visão do versículo 17, só a pessoa do Pai deve esta em foco nesta visão; devemos ter em mente que, o anjo do presente texto “tinha poder sobre o fogo”, que comparado com (Mt 10.28 e 21.40), esta cena deve ser representada pelo próprio Deus. No juízo executado pelo anjo do templo, são colhidos “os cachos da vinha da terra”. Nesta passagem, vemos os “ímpios” amadurecidos para o juízo de Deus. É o Armagedom em cena (Gn 49.9; Is 63.1 e ss; Jl 3.13 e ss; Zc 14.1 e ss; Ap 19.11 e ss). A expressão “vinha da terra” abrange todo o sistema religioso na visitação vindoura da ira de Deus. As uvas da apostasia largamente difundida são “uvas silvestres” (ímpios apodrecidos) transformados em “uvas da ira”. Mas, evidentemente, o poder político mundial deve também está inserido no quadro (Is 63.16; Jl 3.13-16; 2Ts 1.7-8).

19. “E o anjo meteu a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da
terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus”.


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 “...e lançou-as no grande largar”. Quão terrível será esse julgamento no fim da presente era e, é ilustrado pelo fato que o suco das uvas se transformou em “sangue”. As “uvas” (os ímpios) serão lançadas no lagar, e assim terá início a grande matança provocadas pela ira divina. Esta descrição refere-se ao momento quando o Senhor Jesus iniciar a grande batalha na região sul da terra Santa, especialmente nas fronteiras de Edom e sua capital (Is 63.1). Ao romper da aurora ele descerá ao vale com a rapidez da imaginação (Is 13.10; Zc 14.6-7; Ap 19.11 e ss). Seu primeiro contato na terra será no monte das Oliveiras (Zc 14.4). A partir desse local seguirá para o extremo sul da Palestina e começará a “pisar o lagar”; dali, para o monte Hermom no extremo Norte (Sl 29; Is 63.1-6).

I  Ele pisará o “lagar” sozinho, como sozinho consumou a grande obra na cruz: “Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue (sangue dos inimigos de Cristo) salpicou os meus vestidos, e manchei toda a minha vestidura. Porque o dia da vingança estava no meu coração...” (Is 63.3, 4). Durante a dispensação da graça, Cristo tem em seu coração “o dia da salvação”. Isso ilustrado em Lc 4.19 quando lendo a passagem de Is 61.2, Jesus parou na frase: “...o ano aceitável do Senhor”, omitindo assim “...o dia da vingança do nosso Deus”. Mas esse dia terminará com o arrebatamento da Igreja, e logo a seguir virá “o dia da vingança” (cf. Ap 6.17).

20. “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos
freios dos cavalos, pelo espaço de mil seiscentos estádios”.

 
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“...fora da cidade”. Quando o Filho de Deus veio a este mundo “...para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta – de Jerusalém” (Hb 13.12), aqui agora, também, sua grande vitória será fora de suas portas. Jerusalém é a cidade em referência nesta secção. O vale de Armagedom fica fora de suas portas.

I  E saiu sangue do lagar. O “lagar” é também um nome profético de Armagedom. Nome que se dar a grande planície que estende-se pelo meio da Terra Santa, do Mediterrâneo ao Jordão. A palavra originou-se de uma raiz hebraica (“Har Magedon”); que significa “derrubar”, “cortar”, “matar”, “decepar”, e, lugar de mortandade, é o que Megido sempre foi. Uma outra interpretação da palavra Armagedom é: “abater o alto”. Esse duplo significado corresponde exatamente ao caráter dos acontecimentos, pois o alto não somente é abatido, mas, tal coisa acontece desde o alto. (Ver notas expositivas sobre isso, em 16.16). O Dr. Clake escreve: “Desde Nabucodonosor até ao avanço de Napoleão até a Síria, essa planície foi sempre escolhida como acampamento dos exércitos. Judeus, gentios, sarracenos, cruzadas, egípcios, persas, drusos, turcos e outros povos armaram ali suas tendas de campanha e deixaram molhar suas bandeiras pelo orvalho do Tabor e do pequeno Hermom”.

II Em Ap 9.16, diz que as “uvas amadurecida” são compostas por um exército de 200.000.000 de cavaleiros. O poderoso exército já mencionado, partirá do extremo Oriente em direção às fronteiras do Eufrates (16.12-16); certamente de lá, seu intuito é a invasão da Palestina, tendo como alvo principal a cidade de Jerusalém (Lc 21.20-24). Porém, antes de alcançar Jerusalém, “...passando por cidades do norte como (Aiate, Migrom, Micmás, Geba, Gibeá de Saul, Galim, Anatote, Madmena, Nobe, etc) dizimarão a “terça parte dos homens” (Ap 9.15). A Besta irá para o vale de Armagedom, por uma circunstância sobrenatural, ao contemplar fisicamente Jesus descendo sobre o céu da Palestina (Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7). Apavorada com as manifestações divinas simultâneas com a vinda do Senhor, a Besta “fugirá” para Armagedom, e ali, portanto haverá, pois, uma grande conflagração e mortandade, cujo desenlace será, provavelmente, naquele monte e no extremo vale do ocidente do Jordão.

III  Sangue...até aos freios dos cavalos. Literalmente falando, cada ser humano é portador de 5 litros de sangue e, um cavalo de 18 respectivamente. Então, teríamos aí (quatro bilhões e seiscentos milhões) de litros de sangue aproximadamente. 1.600 estádios corresponde a 296 quilômetros, tendo o estádio 185 metros. Não teríamos dificuldade em aceitar a interpretação literal desse número, pois se trata de uma medida de extensão e não de área. Outros, porém, aceitam como linguagem simbólica testificando do terrível morticínio dos ímpios quando o Senhor os pisar em sua fúria. Seja como for, a derrota dos ímpios está prevista e a vitória de Cristo determinada! (Is 63.6). 

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