Apocalipse Capítulo XI



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1 Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-me dito: Levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar, e os que nele adoram.
2 Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.
3 E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias.
4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra.
5 E, se alguém lhes quiser fazer mal, das suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos; pois se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto.
6 Elas têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem.
7 E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará.
8 E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.
9 Homens de vários povos, e tribos e línguas, e nações verão os seus corpos por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados.
10 E os que habitam sobre a terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão; e mandarão presentes uns aos outros, porquanto estes dois profetas atormentaram os que habitam sobre a terra.
11 E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.
12 E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.
13 E naquela hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.
14 É passado o segundo ai; eis que cedo vem o terceiro.
15 E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.
16 E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus,
17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, porque tens tomado o teu grande poder, e começaste a reinar.
18 Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.
19 Abriu-se o santuário de Deus que está no céu, e no seu santuário foi vista a arca do seu pacto; e houve relâmpagos, vozes e trovões, e terremoto e grande saraivada.





1. “E FOI-ME dada uma cana semelhante a uma vara: e chegou o anjo,
e disse: levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele
adoram”.


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 “...foi-me dada, uma cana semelhante a uma vara”. Os capítulos 11 a 14 deste livro marcam a última metade da semana profética da visão de Daniel (9.27). Bem como apresenta os vários personagens que estarão envolvidos, desempenhando o seu papel na história humana.

 I Nesses capítulos há sete agentes principais, a saber: (a) A mulher. 12.1; (b) O Dragão. 12. e ss; (c) O menino. 12.5; (d) Miguel, o arcanjo. 12.7; (e) A descendência da mulher. 12.17; (f) A Besta do mar. 13.1; (g) A Besta da terra. 13.11 e ss. Se incluirmos as “duas testemunhas” então haverá um total de nove.
II Necessariamente três coisas devem ser medidas nesta secção: (a) O Templo;
(b) Os que nele adoram:

(Ad. a ): O TEMPLO. Realmente tem havido muitas especulações e debates sobre a hipótese do Templo que será erguido e por quem será erguido (o Anticristo ou judeus?) no local onde hoje se encontram as Mesquitas de Omar e El-Aksa.

Em Ezequiel capítulos 40 a 47, encontramos algo semelhante, onde se descreve a medição cuidadosa do Templo, em todas as suas dimensões. A tarefa, realizada por um mensageiro celeste, foi feita com “...um cordel de linho... e uma cana de medir”. C. Ez 40.3 cena similar aparecer em Jr 31.39 (nestas passagens, a medição é uma providência preparatória para a restauração e a reconstrução do Templo). Em 2Rs 21.13; Is 34.11; Am 7.7, 9; Lm 2.8, a palavra “medição” tem o sentido de “medido para destruição”. Em Ez 40.1 e 41.13 e 44.31 e Zc 2.2-8, encontramos uma medição completa do Templo e de suas cortes. Nestas passagens, medição tem o sentido de “reconstrução”. No presente capítulo, porém, a destruição se destina apenas aos que estão no “átrio que está fora do Templo”, e não dentro do Templo.

(Ad. b): “Quando Israel conquistou a parte velha da cidade de Jerusalém com as ruínas do Templo, em 1967, o velho historiador judeu, Israel Eldad, segundo citações da “Revista Time, teria dito: “Agora estamos no mesmo ponto em que Davi estava, quando libertou Jerusalém das mãos dos jebuseus”. E daquele dia até o momento em que Salomão construiu o Templo passou-se apenas uma geração. Assim também acontecerá conosco”. Recentemente declarou um rabino judeu: “Estamos prestes a ver o grande Templo reconstruído, isto é, o Templo da Grande Tribulação”. E, sendo indagado: Quem o reconstruirá: ele respondeu: o Templo é chamado de “...o Templo de Deus” (Dn 8.11, 14; Mt 24.15; 2Ts 2.4; Ap 11.1), e, evidentemente só os judeus serão autorizados por Deus para sua reconstrução”.

(Ad. c): É sabido hoje que já há projeto em Israel para a construção do novo Templo. “Desde o dia 7 de junho de 1967 foram realizadas 50 tentativas violentas ou diplomáticas para devolver à posse judia o monte do Templo, onde hoje se encontram as Mesquitas de Omar e EL-Aksa, para que possa ser construído o terceiro Templo. No Knesset há defensores da reconstrução do Templo, tanto entre os radicais como entre os liberais”. A força de atração do monte do Templo judaico torna-se cada vez maior, afirma o deputado liberal Penah. Já existe uma escola para preparar jovens israelenses da tribo de Levi, instruindo-os nos rituais antigos dos holocaustos. Essa escola chamada de “YESHIVA AVODAS HAKODESH” (coroa dos sacerdotes) foi fundada pelo Rabi Hirsh Ha-Cohem. Foi inaugurada por ocasião da Festa da Dedicação (chanuka), em dezembro de 1970. As informações mais recentes nos dão conta que no Somete, a 430 metros do local do Templo original conforme os cálculos do Dr. A. Kaufmann, descendente de Arão, os “Kohainim” estudam os procedimentos para o novo Templo, e em Jerusalém Romena David Elbaum já está tecendo as vestes de linho dos sacerdotes exatamente conforme as normas. A organização El Harhasem (monte do Senhor), com sede na nova colônia Shilo, trabalha, em assuntos diferentes à edificação do Templo, em cooperação fraternal com o cristão evangélico Stanley Goldfoot, que com sua organização evangélica igualmente apóia ativamente a reconstrução do futuro Templo”.

(Ad. d) O ALTAR. No Apocalipse o Altar celestial é mencionado nas seguintes passagens (6.9; 8.3, 5; 9.13; 11.1; 14.18; 16.7). Em 11.1, o Altar deve ser o do sacrifício, que ficava no pátio dos sacerdotes. No Apocalipse (ao aludir este ao Templo), aparece um único Altar, em lugar dos “dois” altares do Templo antigo, na terra, mas que incorporava as funções do “Altar do Sacrifício” (o de cobre), que ficava fora do santuário, e as funções do “Altar” do Incenso, perante o véu do Santo dos Santos, pelo lado desse véu. O Altar do presente texto, pode ser, literalmente, aquele do “Templo reedificado”, porquanto não está aqui uma cena celeste, e, sim, terrena.

(Ad. e): OS QUE NELE ADORAM. A meditação nesta terceira colocação, visa à proteção física e espiritual dos fiéis durante o tempo sombrio da Grande Tribulação. Embora os escolhidos (judeus) nesse tempo do fim tenham que sofrer, suas almas não sofrerão qualquer dano. E no que diz respeito aos 144.000 (7.1-8 e 14.1-5), será também preservada a sua integridade física, naqueles dias sombrios para os habitantes da terra. predições contemporâneas indicam que, por essa época, o Templo terá sido reconstruído em Jerusalém, o qual tornar-se-á, uma vez mais, o centro da adoração judaica. Sua medição significa que Deus terá novamente um remanescente para si mesmo, e a esses escolhidos será dada a proteção divina, de natureza espiritual e física.


2. “E deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças: porque foi
dado às nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses”.


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 “...o átrio que está fora do templo”. Segundo o historiador F. Josefo, o
Templo construído (ou reconstruído) por Herodes ocupava à área de um estádio
quadrado, isto é, aproximadamente 14 hectares.

O TEMPLO DE HERODES E SUAS PROÇÕES:
“A = Átrio dos pagãos
B = Átrio das mulheres
C = Átrio de Israel
D = Átrio dos sacerdotes
E = Pórtico
F = Lugar Santo
G = O Santos dos Santos”.

O santuário durante o tempo da Grande Tribulação será protegido de ser derribado; apenas será profanado (cf. Dn 8.14; 11.31; Mt 24.15; 2Ts 2.4); enquanto que o Átrio exterior, como o das mulheres e dos gentios, serão entregues nas mãos das nações gentílicas. No contexto de Lucas 21.24 e Ap 11.2, se depreende que o Átrio do texto em foco, compreende também, a cidade de Jerusalém: observe bem a frase “...e pisarão a cidade santa...”.

I Quarenta e dois meses. Este período que abrange o “pisar” dos gentios é dado em três formas: (a) quarenta e dois meses (aqui e em Ap 13.5). Pensamos que isso aludi à “segunda metade” do tradicional período de sete anos da tribulação; 9b) mil duzentos e sessenta dias (cf. Ap 11.3 e 12.6), que reputamos apontar para o mesmo período; (c) um tempo (um ano) tempos (dois anos), e a metade de um tempo (meio ano) como confirma Daniel 12.7. Todas essas expressões foram tomadas por empréstimos do livro de Daniel para descrever à parte final da Grande Tribulação.

3. “E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil
duzentos e sessenta dias, vestidas de saco”.




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 “...minhas duas testemunhas”. Segundo C. F. Wishart a ciência de numerologia, denominada gematria, desenvolveu-se vagarosamente. Quando essa ciência apareceu, os números eram usados para expressar conceitos, idéias e princípios. Segundo conceito oriental, o número “dois”, na simbologia profética trazia a idéia de fortaleza. Dois homens são mais fortes que um, e, se surgir um terceiro, consolida a força (Ec 4.9-12). O número “2” é a duplicação de “1” e representa força. No Antigo Testamento, duas testemunhas eram necessárias para confirmar qualquer fato. Jesus enviava seus discípulos de “dois em dois”, por razoes óbvias. O número aparece no Apocalipse em referência às “duas testemunhas” (11.1 e ss) e às duas “Bestas” (13.1 e ss). Nos dias sombrios da Grande Tribulação, Deus levantará dois grandes personagens. Desse modo, as duas testemunhas surgirão para demonstrar um testemunho de grande poder.

I Profetizarão...vestidas de saco. O pano de saco era a vestimenta tradicional usada pelos profetas de grande poder. Era uma fazenda de fabricação rude e tinha a cor negra (Ap 6.12). O pano de saco usualmente era usado diretamente sobre a pele, para dar desconforto, pois simbolizava o descontentamento com as coisas como elas estavam. “No dizer de Charles: a vestimenta de “cilício” tipifica a natureza sombria da mensagem deles (das duas testemunhas). Era também uma vestimenta que representava aflição. Cf. Gn 37.34; 2 Sm 3.31; 21.10; 2Rs 6.30; Et 4.1-4; Jó 16.15; Sl 30.11; 35.13; 49.11; Is 3.24; 15.3; 20.2; Jr 48.37; 49.3; Am 8.10; Jn 3.5; Mt 11.21”.

4. “Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do
Deus da terra”.

 

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 “...as duas oliveiras e os dois castiçais”. As duas testemunhas que devem levantar-se dos mortos têm sido identificadas de várias maneiras. Para alguns comentadores trata-se de: Enoque e Elias (Gn 5.24; 2Rs 2.11), Moisés e Elias (Dt 34.6; Lc 9.30-31; Jd v.9), Josué e Zorobabel (Zc capítulo 4), João e Paulo (Jo 21.22-23 e Fl 1.22-25), o Antigo e o Novo Testamentos, A lei e a graça (Rm 3.21), a Igreja e ao pregador, etc.

I Os dois castiçais. Em Zc 4.14, Deus é o “Senhor de toda a terra”, estando em foco naquela passagem a pessoa do Pai. No versículo 11 do mesmo capítulo há uma pergunta repetida, tornando-a mais específica: “...Que são as duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda?”. Existe aqui dois “raminhos de oliveira e dois castiçais”; enquanto que ali “dois raminhos de oliveira e dois tubos de ouro”. E, nos versículos que se seguem o anjo intérprete dar o sentido dizendo: “são os dois ungidos (heb. “os dois filhos de óleo”). Por analogia com outros exemplos do emprego da expressão “filhos de”, o significado é: “cheios de óleo”; isto é uma referência à unção de reis e sacerdotes, como a visão sugere. Nesse caso, segundo se depreende do significado do pensamento, os “dois ungidos” eram, pois, Josué e Zorobabel. Na visão contida em Zacarias, o Castiçal (a Igreja da Lei) representava Israel restaurado, e as “duas oliveiras” os dois grandes elementos na vida nacional, a Realeza e o Sacerdócio, refletidos respectivamente por Josué e Zorobabel.

II Para aqueles que defendem Moisés e Elias como sendo as duas testemunhas, seguem o seguinte pensamento: “A “Lei” é a Luz”. Por conseguinte, Moisés é associado a um dos candeeiros (cf. Pv 6.23). Mas a profecia também é luz, o que justifica a missão de Elias. O Antigo Testamento consiste da “lei e dos profetas”, e assim a mensagem de Deus para a humanidade (cf. Lc 16.16). “Moisés e os profetas” (Jo 5.39) testificam de Cristo. E no ministério das duas testemunhas fá-lo-ão de maneira especial, cumprindo uma missão especifica. (Comp. Ec 3.15).

III Para nós a interpretação contida no 2º ponto é muito lógica, mas não se coaduna com o argumento principal. Na passagem de Zacarias (4.12), as duas oliveiras, são os dois líderes que “vertem de si ouro”. Isso significa que eles “vertem de si azeite dourado”. O que mostra que seu testemunho será de grande “valia” (1 Sm 3.1). Aqui, porém, as duas testemunhas serão, dois grandes vultos levantados por Deus, exemplificando: Moisés e Arão que foram usados na corte do monarca Faraó durante um período sombrio de angústia. As duas testemunhas cumprirão a vontade de Deus à risca do seu propósito, e cumprirão a sua missão durante o tempo da Grande Tribulação. O próprio Deus, as observa, protege e se utiliza delas. A missão que receberam ser;a atribuída e provada pelo Senhor eterno.

5. “E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e
devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que
assim seja morto”.


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 “...fogo sairá da sua boca”. No Apocalipse o fogo sempre está em foco,pois este vocábulo ocorre 17 vezes. Este versículo diz alguma coisa sobre a identidade das duas testemunhas. “Foi Elias quem teve autoridade sobre essa substância da natureza, e Moisés de igual modo. Moisés e Elias apareceram no monte da Transfiguração falando com Jesus (Mc 8.4). Mas não precisamos pensar que são eles os dois profetas retornado à terra; dois profetas escatológicos personificarão estes dois grandes profetas, assim como João Batista personificou Elias”. Mt 11.14; 17.10-13. Os dois grandes personagens têm as mesmas características ministeriais de Moisés e Elias; mas não serão Moisés e Elias, mais sim, terão seus ministérios, em razão de o Espírito de Deus ser o mesmo (Nm 11.17, 25 2Rs 2.9, 15; 1Co 12.4).

I “Cremos que naquela época (da Grande Tribulação) Deus levantará dois grandes profetas dentre os pregadores do “Evangelho do Reino” (um judeu e um gentio), que cheios de poder e autoridade de Deus, anunciarão a mensagem do juízo, com o mesmo poder e operação de maravilhas como aqueles dois grandes homens de Deus, no tempo em que estiveram na terra”. No Antigo Testamento, Moisés converteu as águas em sangue (Êx 7.19) e Elias fechou o céu para que não chovesse (Tg 5.17); ambos estiveram com Jesus no monte da Transfiguração (Mt 17.3); ambos tiveram seus ministérios interrompido (Nm 20.12 e 1Rs 19.16).

6. “Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias
da sua profecia; e têm poder sobre as águas para converte-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem”.


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 “...poder para fechar o céu”. Como já tivemos ocasião de focalizarmos acima, os profetas escatológicos seguem paralelamente Moisés e Elias em seus ministérios: Elias fez descer fogo do céu diante dos profetas de Baal e os dois capitães (1Rs 18.38 e 2Rs 1.10, 12, 14); Moisés fez também maravilhas com fogo, na terra do Egito. (Cf. Êx 9.23). Têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; Elias fez isso por três anos e meio na terra de Israel (1Rs 17.1, 14; Tg 5.17, 18). E têm poder sobre as águas; lembra Moisés e Elias nas seguintes passagens: (Êx 7.19 e ss; 14.15 e ss; 15.23 e ss; 17.1 e ss; Nm 20.11 e ss; 2Rs 2.8 e ss). Elias fez também chover (Tg 5.18). Têm poder para converter as águas em sangue (v.6); lembra Moisés na terra do Egito (Êx 7.19-25). Ferir a terra com toda a sorte de pragas; lembra Moisés ferindo o Egito com as 10 pragas enviadas àquela nação (Êx 7.12). Moisés, mesmo sendo perseguido pela espada de Faraó, Deus o conservou com vida até ao dia de sua partida para a eternidade; Elias, foi também preservado por Deus da fúria de Jezabel; o mesmo acontecerá com os dois personagens do Senhor, serão guardados em vida, durante 42 meses (1.260 dias); depois devem morrer para que o seu testemunho tenha um maior valor (cf. Hb 9.17).

7. “E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do
abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará”.


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 “...a Besta que sobe do abismo”. Embora tenhamos nos referido já tantas vezes ao personagem a ser estudado no capítulo 13, a Besta, esta é a primeira das 35 menções desse nome no Apocalipse. A expressão “sobe do abismo” (11.7 e 17.8), entretanto, desde já revela a origem do seu poder: o rei do abismo. O Anticristo se queixa em aversão à pessoa de Deus, que estes “dois profetas” tinham atormentado os que habitam sobre a terra (cf. v.10). A Besta, portanto, tem todas as características de um homem mau. Faraó queixou-se de Moisés por causa do povo (Êx 5.4, 5), e Acabe chamou o profeta de “O perturbador de Israel” (1Rs 18.17). É evidente que durante seu testemunho, nos 1.260 dias, essas duas testemunhas, estarão cercadas, em oposição, por magos e encantadores, agentes do Anticristo. No Egito, Janes e Jambres, os dois magos de Faraó resistiram a Moisés (Êx 7.10, 11 e 2Tm 3.8); por magia negra reproduziram vários milagres operados por Moisés. Só depois que Deus capacitou Moisés para realizar milagres que eles não puderam reproduzir. Elias sofreu também oposição dos falsos profetas de Baal e Asera na corte acabiana (1Rs 18.19-40). O que existiu nos antigos impérios mundiais existirá aqui também no governo cruel do “homem do pecado”, ele estará cercado de “magos e encantadores” (Dn 8.23; Ap 13.11 e ss).

8. “E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que
espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi
crucificado”.


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 “...jazerão os seus corpos mortos”. Finalmente a Besta matará as duas
testemunhas! Elas cairão onde caiu seu Senhor! Não é o servo maior do seu Senhor.
Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós (Jo 15.20).

I NA PRAÇA DA GRANDE CIDADE. O termo “grande cidade”, neste livro, é termo técnico para indicar a cidade de “Roma” (a Grande Babilônia). Cf. 16.19; 17.18; 18.10, 16, 18, 21); essa cidade é chamada também de “Grande Babilônia”, em Ap 14.18 e 16.19; 17.5; 18.2. Mas, a do texto em foco, não se refere à cidade de Roma, mas, sim, à cidade de Jerusalém que espiritualmente se chama Sodoma e Egito (cf. Dt 32.32; Is 1.9; Jr 23.14; Ez 16.46, 49, 55). Vários escritores renomados afirmam que Jerusalém é assim chamada. Sodoma e Egito são lugares representantes de profunda iniqüidade. O Egito é o contínuo símbolo do mundanismo e da maldade opressiva, e Jerusalém, a cidade do grande Rei, é assim denominada por causa de sua iniqüidade. Dela disse o Senhor: “Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém” (Lc 13.33). Evidentemente, as duas testemunhas serão mortas numa das “praças principais” de Jerusalém. Naquela que fica em frente da “porta das águas” (Ed 8.13)? ou numa que circunda o Calvário? Certamente nesta
última (Ec 3.15).


9. “E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seus
corpos mortos por três dias e meio, e não permitirão que os seus corpos
mortos sejam postos em sepulcros”.


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  “...verão seus corpos mortos por três dias e meio”. Os corpos das duas
testemunhas jazerão expostos ao relento na “praça da grande cidade” por três dias e meio. Os cadáveres das duas testemunhas serão rejeitados a tal insulto, a fim de prolongar a alegria feroz dos seguidores do Anticristo, por vê-los mortos. Até Jesus foi dado um sepultamento descente e honroso, apesar do ódio que as autoridades religiosas dos judeus lhe votavam. Nesse particular, a perseguição contra as duas testemunhas ultrapassará em ferocidade à perseguição contra o seu Senhor.

I  Não permitirão que os seus corpos mortos sejam postos em sepulcros. “O sepultamento conferido aos mortos era questão de grande importância e honra no mundo antigo. Mas negar o sepultamento indicava a ignomínia na memória deste mundo e penalidade no mundo vindouro. As duas testemunhas serão tratadas como os assassinos dos sumos sacerdotes Amano e Jesus, na sétima década”. Certamente os espectadores, que evidentemente simpatizarão com o Anticristo (comparar com Ap 16.12), incluirão tanto pagãos quanto judeus.


10. “E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se
alegrarão, e mandarão presentes uns outros; porquanto estes dois
profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra”.


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 “...os que habitam na terra se regozijarão sobre eles”. Os dois personagens serão reconhecidos publicamente durante o reinado cruel da Besta. Isso nos faz lembrar de Moisés e Elias enquanto viveram aqui na terra. eles foram reconhecidos como homens de grande poder diante de Faraó e Acabe.
I Porquanto estes dois profetas tinham atormentados os que habitam sobre a

terra. como já tivemos ocasião de focalizar em notas anteriores, sobre o paralelismo profético entre as duas testemunhas e Moisés e Elias respectivamente, o aparecimento de Moisés e Elias dentro da “septuagésima semana” da visão de Daniel (9.27) seria indispensável trazendo “o testemunho de Lei (Moisés) e dos profetas (Elias)”. No livro de Malaquias capítulo 4. 4 Deus exorta seu povo para “lembrar da lei de Moisés”, e no versículo seguinte diz: “...Eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor”.

II O Dr. Larkin, representante da escola futurista, interpreta literalmente as passagens (Ml 4.4 e Mt 17.11). Ele então acha que se trata de Moisés e Elias; e explica que, segundo Malaquias 4.5-6, Elias vai voltar como arauto do grande e terrível dia do Senhor. Isto não se teria cumprido em João Batista, diz Larkin, porque ele só anunciou a primeira vinda de Cristo e os julgamentos. Ele foge às afirmativas de Cristo em Mt 11.1-14 e 17.11-13, de que João era Elias, achando que Jesus quis significar com essa expressão que João seria Elias, se o mundo recebesse o Reino; o mundo rejeitou a Jesus e ao Reino, portanto, João não seria Elias!

III  Os discípulos, quando desceram do monte da Transfiguração, interrogaram a
Jesus dizendo: “porque dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?”. (Mt 17.10); “E Jesus respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas” (Mt 17.11). Estas afirmação de Jesus a seus discípulos é interpretada no versículo 12 da mesma secção: “Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram tudo o que quiseram...”. observe agora bem a frase: “Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista” (v. 13). No livro de São Mateus 11.14 fica terminantemente esclarecido o cumprimento desta profecia sobre a vinda de Elias, quando Jesus dá testemunho de João dizendo: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista... E, se quereis dar crédito (à profecia e ao que esclareço aqui), é este (João Batista) o Elias que havia de vir”. (Mt 11.11, 14).

 

IV  Cremos que a profecia de Malaquias sobre Elias teve seu cumprimento na pessoa de João Batista que veio no “...espírito e virtude de Elias” (Lc 1.17). Mesmo estando escrito em Hb 9.27: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo”. Não é uma limitação ao supremo poder pessoal de Deus: vemos isso pelos vários casos de ressurreição referidos na bíblia (1Rs 17.17 e ss; 2Rs 4.18 e ss; 13.20 e ss; Mc 5.35 e ss; Lc 7.11 e ss; Jo 11.43 e ss; At 9.36 e ss; 20.9 e ss). Também não é referido a morte de vivos quando forem arrebatados, mas apenas sua transformação. Na interpretação de Hb 9.27 devemos, pois, ter presentes todos esses fatos.

11. “E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de
Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor
sobre os que os viram”.


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  “...o espírito de vida, vindo de Deus”. A ressurreição destes dois
profetas foi produzida por toque de Deus. Deus é a fonte de toda a vida. O que foi feito, não poderá sê-lo sem uma intervenção divina. “Sua ressurreição e ascensão produzira profunda impressão sobre os judeus. Nunca mais poderão negar a more, e a ressurreição e a ascensão destes dois personagens. Dessa maneira, as duas testemunhas realizarão seu propósito principal mediante a sua morte, do mesmo modo que Jesus”. No versículo seguinte, as testemunhas são convidadas por uma voz, quiçá a voz de Cristo: “...Subi Cá”! A ascensão de Cristo foi realizada na presença de sues amigos. (cf. At 1.9). Assim aconteceu também com Elias, o Tisbita (2Rs 2.11). Mas a ascensão destas duas testemunhas ressurretas deu-se à vista de seus inimigos (11.12). O Dr. Hough, diz que “o último capítulo sempre é escrito nos céus. Assim mediante a ressurreição das duas testemunhas, elas serão “justificadas” aos olhos do mundo. O testemunho delas será considerado, então, veraz, idôneo, verdadeiro e eficaz...”.

12. “E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi cá. E
subiram ao céu em uma nuvem: e os seus inimigos os viram”.

 


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 “...Subi Cá”. Como já ficou demonstrado em notas expositivas feitas em outros versículos; as duas testemunhas do Senhor, seguem, paralelamente todos os passos ministeriais de Moisés e Elias. No caso de Moisés, é dito que uma nuvem o escondeu enquanto falava com Deus , em benefício do povo israelita, de acordo com o que se lê em os escritos de F. Josefo. No caso da Transfiguração, nos é dito que ‘...uma nuvem luminosa os cobriu” (Mt 17.5). A voz que chamou as duas testemunhas para o céu, até certo ponto ela é paralela à “voz do Arcanjo” que convocará a Igreja para os céus no dia do arrebatamento (1Ts 4.16). Mas, é evidentemente que, nesta passagem deve ser a voz do Pai ou do Filho que está em foco! Diante daquela voz audível e visual, as duas testemunhas “...subiram ao céu em uma nuvem”. A “nuvem é de ocorrência comum nas passagens bíblicas que falam sobre “arrebatamento” ou “ascensão”. Pode-se ver isso no caso de Jesus (At 1.9) e no caso do arrebatamento da Igreja (1Ts 4.17). A “nuvem” também está associada aos pronunciamentos divinos, em relaçoes públicas repentinas (cf. mt 17.5; Mc 9.7; Lc 9.35). Daniel viu o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu (Dn 7.13). As nuvens estão associadas também ao andar de Deus (Sl 18.9 e ss; Na 1.3). Há uma nuvem de glória que circundou a ascensão, que circundará a volta de Cristo e o arrebatamento da Igreja. Não são apenas partículas de água. Trata-se de uma “nuvem de glória” do poder de Deus.

13. “E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a
décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e
os demais ficaram muito atemorizados, e deram glória ao Deus do céu”.


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 “...um grande terremoto”. Um terremoto, denominado “grande” por causa da destruição assustadora, faz com que um décimo da cidade seja arrasada e 7.000 homens pereçam. Pensamos que isso ocorrerá literalmente e não apenas como símbolo. Em 11 de maio de 1927, houve um grande terremoto em Jerusalém; o epicentro registrou-se na região oriental da cidade, e abriu uma grande fenda no monte das Oliveiras. Os místicos contemporâneos também predizem que em breve acontecerá um tremendo terremoto em Jerusalém. Na palavra “décimo” temos a designação da população da cidade de Jerusalém no tempo da Grande Tribulação. As predições indicam que, apenas 70.000 homens habitarão ali. Nos dias do profeta Elias Deus “reservou” para si “7.000 homens” que não sofreram a espada ferina de Jezabel (1Rs 19.18). Aqui a situação se reverterá de forma versátil: sete mil perecerão.

I A cidade em referência é Jerusalém e não Roma como tem sido defendido por alguns. “O terremoto tem sido uma forma de expressão de julgamento divino. No livro do Apocalipse, quando os juízos de Deus são derramados sobre a terra, não podiam faltar os terremotos. Há cinco deles mencionados, e alguns no plural: 6.12; 8.5; 11.13, 19; 16.18”.

14. “É passado o segundo ai; eis que o terceiro ai cedo virá”.


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“...o segundo ai”. De acordo Donald D. Turner o vocábulo “ai” é uma tradução de uma palavra onomatopaica do grego: “ouai...ouai...”, que se pronuncia “...uhai...”. Os três “ais” são pela ordem a quinta, a sexta e sétima trombetas (9.1 e ss; v.13 e ss; 11.15 e ss). A expressão “cedo virá” normalmente fala sobre a “Parousia” (ou segunda vinda de Cristo), como se vê no próximo versículo, ainda que tudo isso não seja tudo quanto está envolvido. Este terceiro “ai” haverá, segundo se diz, de ter lugar quase imediatamente. O toque da sétima trombeta foi adiado (não quanto ao tempo) pelos interlúdios retratados em (10.1 a 11). A cena inteira é duplicação, com a aprovação divina em tudo! O propósito de Deus, nesse terceiro ai ainda vindouro, visa igualmente a provocar a queda da “grande (c) O reino dos céus se tornará o reino de Deus quando Cristo entregar o Reino a Deus, o Pai. 1Co 15.24-28”. Assim no toque da sétima trombeta, o reino dos céus (o Milênio) entrará na terra com poder e grande glória.

7ª trombeta

15. “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes
vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do
seu Cristo, e ele reinará para o sempre”.


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(VER A CONSUMAÇÃO DESTE FLAGELO EM APOCALIPSE 16.17, QUE DIZ: “E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo, dizendo: Está feito”).
 “...Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu
Cristo”. O toque da sétima trombeta já tinha sido predito pelo “anjo do livrinho

aberto”, em Ap 10.7 que diz: “Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas seus sevos”.

O grande segredo aqui mencionado é o estabelecimento do reino de Deus sobre a terra, que começará com o reino milenial de Cristo (20.1-6), o qual, após o julgamento final, passará para o Reino Eterno de Deus. O reino de Deus e de Cristo é um só. Em Ef 5.5, encontramos menção ao “reino de Cristo e de Deus”.


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I Nas páginas dos evangelhos encontramos comumente duas expressões similares! “O Reino de Deus” e o “Reino dos Céus”. O Reino dos Céus pode ser o Reino de Deus. Mas o Reino de Deus não é, necessariamente, a mesma coisa que o Reino dos Céus. O termo “Reino de Deus” é usado apenas quatro vezes em Mateus (12.28; 19.24; 21.31, 43). Enquanto que “Reino dos Céus” é encontrado trinta e duas vezes em Mateus. O Dr. C. I. Scofield mostra a diferença entre “Reino de Deus” e “Reino dos Céus” da seguinte maneira:

(a) “O reino de Deus é universal, incluindo todas as criaturas voluntariamente sujeitas à vontade de Deus, sejam os anjos, a Igreja, ou os santos do passado e futuro (Lc 13.28, 29; Hb 12.22, 23), enquanto que o reino dos céus é messiânico, mediatorial e davídico, e tem por alvo o estabelecimento do reino de Deus sobre a terra. Mt 3.2; 1Co 15.24, 25.

(b) Entra-se no reino do Deus somente pelo novo nascimento (Jo 3.5-7), mas o reino dos céus é a esfera da profissão que pode ser verdadeira ou falsa. Mt 13.3 e 25.1, 11, 12.

(c) Visto que o reino dos céus é a esfera terrestre do reino de Deus universal de Deus, os dois têm quase tudo em comum. Por este motivo muitas parábolas e outros ensinos são referidos ao reino dos céus em Mateus e ao reino de Deus em Marcos e Lucas. Mas as omissões ou acréscimos são significativos...”.

(d) O reino de Deus não vem com aparência exterior (Lc 17.20) mas é maiormente interior e espiritual (Rm 14.17); enquanto que o reino dos céus é orgânico, e será, manifestado com glória na terra. Zc 12.8; Mt 17.2; Lc 1.31-33; 1Co 15.24.

(c) O reino dos céus se tornará o reino de Deus quando Cristo entregar o Reino a Deus, o Pai. 1Co 15.24-28”. Assim no toque da sétima trombeta, o reino dos céus (o Milênio) entrará na terra com poder e grande glória. 




16. “E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos
diante de Deus prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus”.


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  “...prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus”. O trecho do
Apocalipse 4.10 é um paralelo próximo a esta passagem; pois ali também os vinte e quatro anciãos; os quatros animais viventes é que se prostram diante de Deus, e o adoram com palavras de louvor.
I Os anciãos têm os seus próprios tronos e as suas próprias coroas. De modo místico isso fala do poder que tem o crente de reinar com Cristo (Mt 19.28). O senhorio de Cristo assumirá suas dimensões apropriadas à face da terra. até mesmo os céus hão de expressar agradecimento à pessoa do filho de deus na era futura. O propósito de Deus também será realizado que é: “De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef 1.10). Será um tempo em que o próprio filho de Deus, resigna seu reinado mediante em relação ao Pai, para que Deus seja “tudo em todos”. Posteriormente, porém, Cristo também é concebido como “tudo em todos” (Ef 1.23; Cl 3.11). Esse reino será eterno. Comparar com Dn 2.44; 7.14, 27; Lc 1.33; Ele jamais será destruído ou passará a outro povo!

17. “Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-poderoso, que és, e
que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste”.


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 “Todo-poderoso”. É uma frase comum referindo-se à pessoa do Senhor,que figura cerca de 50 vezes nas páginas do Antigo Testamento. Neste livro do Apocalipse, cerca de 8 vezes a frase é inserida (1.8; 4.8; 11.17; 15.3; 16.7, 17; 19.15; 21.22). EL (‘~el), que deriva de uma raiz que indica força ou poder, e com esse sentido o termo é aplicado no Antigo Testamento aos homens, e mesmo abstrato às coisas, bem como a Deus. Quando aplicado à Deidade o vocábulo é freqüentemente ligado a algum tal como “Todo-poderoso”. El-Shadai, Deus Todo- poderoso. Num conceito amplo, em todas as línguas semíticas, a idéia do divino expressa-se mediante a raiz el (em acadiano ilu, em árabe ilah, que combinado com o artigo, faz allah), cujo significado básico parece ser poder. Para os semitas, Deus é sempre o Ser Todo-poderoso e conseqüentemente, a mesma idéia passou para a Igreja Cristã Primitiva. Deus não só é o Todo-poderoso, mas também: fiel (1Co 1.9; 10.2 Co 1.18), sábio (Rm 16.27), verídico (Jo 3.33; Tt 1.2); misericordioso (Rm 2.4), justo mesmo em sua ira (Rm 11.22), da paz (Rm 15.33; 16.20; 1Ts 5.23; Hb 13.20), da esperança (Rm 15.13) da consolação (2Co 1.3), do amor (2Co 13.11). Finalmente: “Deus é Amor” (1Jo 4.8).

18. “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dosmortos,
para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra”.


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 “...iraram-se as nações”. A primeira “ira” que vem aqui é a das nações e a segunda é a de Deus. Já tivemos a oportunidade de tocar no assunto “Ira de Deus” em Ap 6.17. Isso reterá o simbolismo de Ap 14.8 (o juízo da cólera de Deus), o “cálice da sua indignação” (referido em Ap 14.10). O juízo divino é assim pintado como uma bebida terrível e de fogo, que os ímpios são forçados a beber, o que causa entre eles devastação total. A expressão “ira de Deus” é comum no Apocalipse, geralmente usada sem o simbolismo do “cálice” ou do ato de beber: (6.16), a ira do cordeiro; (6.17), o grande dia da ira; (11.18), tua ira; (12.12), grande ira; (14.10), vinho da ira; (15.7), as salvas da ira; (16.1), as taças da ira; (19.15), a fúria da ira do Deus Todo-poderoso.

I O tempo dos mortos. O julgamento dos mortos ainda é futuro, mas esta vinculado às recompensas dos justos. O reinado de Cristo garante que os mortos serão julgados e que os santos serão galardoados, e que aqueles que estiveram destruindo a terra serão destruídos. Isso anunciado agora, mas o processo todo talvez requeira mil anos. Porquanto será somente no fim do reinado milenial de Cristo que todos os ímpios da terra serão destruídos. A “ira de Deus”, que já foi mencionada, fará exatamente isso. Deus destruirá aos destruidores. Esta referência é alusiva a Satanás e seus anjos. São eles que destroem os primórdios da criação. O poder de Deus fará descer a “ira”, primeiramente contra os homens físicos, e então, quando do julgamento das almas. Porém, Satanás e seus sequazes serão também destruídos no “Lago de Fogo” (Mt 25.41; Ap 20.10).

19. “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi
vista no seu templo: e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos
e grande saraiva”.


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 “...A Arca do seu concerto”. A Arca da Aliança era uma caixa portátil que media aproximadamente (um metro e vinte e cinco centímetros de comprimento por setenta e cinco de altura). Suas verdadeiras dimensões encontram-se em Êx 37.15. As Escrituras nos informam que durante a caminhada no deserto os sacerdotes levaram a Arca sobre seus ombros. Fala-se dela na passagem do Rio Jordão (Js capítulo 1). Depois em Siló (1Sm 5.1). Em Betel (Jz 20.27); em Bete-Áven (1Sm 14.18, 23); na terra dos filisteus por sete meses (1Sm 6.10. Ali ele percorreu os seguintes lugares: na casa de Dagom (1Sm 5.2); na cidade de Asdode (1Sm 5.7); na cidade de Gate (1Sm 5.8); na cidade de Ecrom (15.10). Em 1Sm 6.15-21 fala-se do retorno da Arca da terra dos filisteus para Bete-Semes. Daí ela foi transferida para Quiriate-Jearim (1Sm 7.1). Passou 20 anos aí. Três meses em casa de Obede- Edom (2Sm 6.10-13); daí para Jerusalém (2Sm 6.12-16). Originalmente ela ficava no tabernáculo. Posteriormente, foi transportada para o Templo de Salomão (1Rs 8.4- 8). Não sabemos determinar pela ordem cronológica, mas um tempo ela esteve em Nobe (1Sm 21.1-11). E em Gibeão (1Cr 21.29).


I A Arca tinha vários nomes dependendo da expressão momentânea da “Arca do Senhor”, “Arca da aliança do Senhor” (Dt 10.8), e “Arca do Testemunho”. Ignoramos quando e porque desapareceu a Arca. A Arca. A despeito da menção tardia de (2Cr 35.3), a desaparição deve ter ocorrido, o mais tardar, sob o reinado de Josias. Provavelmente, desapareceu quando os babilônios tomaram Jerusalém, em 586 a.C. Jeremias fala de um fragmento dela em seus dias (Jr 3.16). Há uma tradição que diz que Jeremias a ocultou numa caverna que lhe servia de habitação no monte Sinai onde devia permanecer até a restauração da Arca no Templo celeste indica que o tempo da restauração messiânica chegou (11.19 e 15.5). 


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Apocalipse capítulo  X




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1 E vi outro anjo forte que descia do céu, vestido de uma nuvem; por cima da sua cabeça estava o arco-íris; o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo,
2 e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra,
3 e clamou com grande voz, assim como ruge o leão; e quando clamou, os sete trovões fizeram soar as suas vozes.
4 Quando os sete trovões acabaram de soar eu já ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, que dizia: Sela o que os sete trovões falaram, e não o escrevas.
5 O anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita ao céu,
6 e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora,
7 mas que nos dias da voz do sétimo anjo, quando este estivesse para tocar a trombeta, se cumpriria o mistério de Deus, como anunciou aos seus servos, os profetas.
8 A voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse: Vai, e toma o livro que está aberto na mão do anjo que se acha em pé sobre o mar e sobre a terra.
9 E fui ter com o anjo e lhe pedi que me desse o livrinho. Disse-me ele: Toma-o, e come-o; ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel.
10 Tomei o livrinho da mão do anjo, e o comi; e na minha boca era doce como mel; mas depois que o comi, o meu ventre ficou amargo.
11 Então me disseram: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis.

1. “E VI outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e
por cima da sua cabeça estava no arco celeste, e o seu rosto era como o
sol, e os seus pés como colunas de fogo”.



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“...vi outro anjo”. A começar por Ap 4.1, o autor sagrado passou a escrever e a falar como se estivesse no céu, contemplando os acontecimentos como se estivesse ali. Agora ele se acha de volta a terra, porquanto viu o “anjo forte, que descia do céu”. O leitor deve observar que, entre a sexta e a sétima trombetas temos um parêntese impressionante na secção tópica, na qual João viu: o anjo forte, o livrinho, uma cana semelhante a uma vara, as duas testemunhas e o terremoto. Observando que os paralelos literários têm tais descrições acerca ou de Deus ou do Filho do Homem, muitos crêem que somente Cristo pode estar em foco nesta visão. Outros eruditos opinam porém, que a pessoa desta visão não seja o Cristo. O anjo forte é visto em plena “tribulação” e não há qualquer evidência (segundo eles) de que Cristo descerá a “terra” nesse período. Verdade é que, a palavra “outro anjo” – que aparece nas seguintes passagens (7.2; 8.3-5; 10.1; 14.15, 17; 18.1). É ele simplesmente outro anjo ou é alguém especial? Sempre que se usa a frase “outro anjo”, no Apocalipse, especialmente nas passagens citadas usa-se a palavra grega allos – outro da mesma espécie. Muitos expositores acreditam que a expressão, implica a presença de Cristo ou de Deus em forma Angélica. Para nós este anjo é o Senhor. Antes da abertura de sétimo selo, Ele aparece na sua dignidade sacerdotal (8.3) agora, antes do toque da sétima trombeta, aparece da mesma forma, como “anjo forte”.

I  Vestido de uma nuvem. “Observe o aspecto deste personagem augusto. A claridade do sol brilha em suas feições, e toda a ira do fogo queima em seus pés. Veja o seu vestido! Sua veste é composta de nuvens, e a cortina do céu flutua sobre seus ombros. O arco-íris serve-lhe de diadema, e o que circunda o céu num circulo glorioso é ornamento de sua cabeça. Contemple sua altitude! Um pé está sobre o oceano e o outro descansa sobre a terra. A terra larga e extensa e o mundo das águas sevem de pedestais destas colunas poderosas. Considere sua ação!...”.

II  O arco celeste. A luz que rebrilhava de seu ser formava um “arco-íris”. Já tivemos ocasião focalizar sobre o símbolo do “arco-íris” em notas expositivas em Ap 4.3. Supomos que isso continua a simbolizar a “esperança”, tal como o arco-íris, quando do término do dilúvio, indicou o fim do castigo universal por meio da água. Essa descrição do arco-íris segue a regra que quando Cristo é mencionado, alguma frase especial sempre está em foco. Aqui, entretanto, é acrescentado o arco-íris, que é o sinal do propósito divino de redimir e não de destruir o mundo e a raça humana.

III O seu rosto era como o sol. Assim também, está declarado em Ap 1.16; ali é dito que a “fisionomia” de Cristo era brilhante “...como o sol, quando na sua força resplandece”. O Dr. R. N. Champrin, Ph, D. diz que isso significa: “poder, majestade e glória são assim simbolizados. O sol também é o doador da vida, mediante sua luz e calor. Cristo é a “luz do mundo”; e também comparado ao “sol da justiça” (Ml 4.2)”.

IV Seus pés como colunas de fogo. A expressão “pés como colunas de fogo” foi tirada do texto grego de (Nestlé-Marshaall). Poucas versões registram” pernas como colunas de fogo”. Tendo em vista, provavelmente, o aspecto, o aspecto de “colunas”. De qualquer forma, as idéias se completam no conjunto: perna e pé. O autor sagrado tem em mente a firmeza de Cristo ao aludir seus pés ou pernas como colunas. Os trechos de Ez 1.7 e Dn 12.7; são paralelos da passagem em foco. Em Ap 1.15, Cristo é descrito como quem tem “pés como latão reluzente”, e quase exatamente o mesmo sentido está contido aqui.

2. “E tinha na sua mão um livrinho, e pôs o seu pé direito sobre o mar,
e o esquerdo sobre a terra”.


 “...um livrinho aberto”. Tal como diz em Ap 5.1, 7. A mão do anjo na qual estava o livrinho, provavelmente, era a “direita” conforme se depreende de Dn 12.7 e o contexto do quinto versículo desta secção. Devemos observar que os livros que trazem mensagens no apocalipse são primeiramente vistos na mão de Deus Pai (5.1); depois passam para a mão de Cristo (5.7); depois, para a mão de um anjo (cf. 1.1 e 22.16); e finalmente, para a mão de João (10.10).

I  Pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra. “O pé direito de Cristo está sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra (10.2). Nesta figura audaz e gráfica que João nos dá do anjo forte, ele é apresentado como uma figura colossal com um pé na terra e o outro no mar. Como Senhor da criação, ele domina a cena por completo”. Três vezes o anjo forte é retratado como estando de pé sobre o mar e a terra (10.2, 5, 8), e esta repetição denota a ênfase divina. À Besta que tinha dois chifres se levantará da terra (13.11 e ss): a Besta com sete cabeças e dez chifres se levantará do mar (13.1e ss). Isso significa apenas poder parcial, em contraste com a pessoa de Cristo, pois sua mão divina alcança todos os limites do universo (cf. Mt 28.18). Seus pés sobre o mar e terra, significa domínio total de toda região (Dt 11.24; Js 1.3; Sl 8.6). Ele é Senhor do mar e da terra; é capaz de por-se de pé sobre uma vasta área; a mensagem que Ele traz alcançará toda a humanidade. Nada haverá de provincial ou localidade nesta mensagem que não seja atingida. O imenso domínio desse anjo aumenta com a descrição de sua “majestade” e “poder”.

3. “E clamou com grande voz, como quando brama o leão: e havendo
clamado, os sete trovoes fizeram soar as suas vozes”.



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“...clamou com grande voz”. Já tivemos ocasião de falar sobre ‘grande voz” em Ap 1.15b e alhures. Em alguns lugares ela indica uma proclamação em voz forte, clara, poderosa e compreensiva, que necessariamente chama a nossa atenção e exige algo de nós. Isso pode ser comparado com o versículo 15 do primeiro capítulo: a voz de muitas águas; capítulo 5.2 (outra voz forte como a do presente texto); capítulo 6.10; 8.13 e várias outras passagens. O termo “voz”, associado a visões diversas, aparece 46 vezes no Apocalipse (ver notas expositivas sobre isso em 1.15b. p.2)

I  Os sete trovoes. Os trovoes não foram proferidos pelo anjo forte, porque suas vozes seguiam o seu clamor. No texto em foco, os sete trovoes fizeram ecoar suas vozes como se fosse um eco retumbante de “améns” ao brado do anjo forte. Para alguns expositores do Apocalipse o simbolismo dos sete trovoes provavelmente depende literalmente do trecho do sl 29.3-9. Ali é descrito a voz de Deus, em sete aspectos, semelhante a trovão, a qual fala de vários “eventos estremecedores”. Por causa do artigo definido “os” e do número “sete”, as vozes dos sete trovoes têm sido interpretadas, como uma totalidade de vozes, a saber: (a) “A voz do Senhor ouve-se sobre as águas...”. V. 3; (b) “A voz do Senhor é poderosa...”. V. 4; (c) “A voz do Senhor é cheia de majestade...”. V. 4; (d) “A voz do Senhor quebra os cedros...”. V. 5; (e) “A voz do Senhor separa as labaredas do fogo...”. V. 7; (f) “A voz do Senhor faz tremer o deserto...”. V. 8; (g) “A voz do Senhor faz parir as cervas...”. V. 9. (Ver notas expositivas sobre isso no v. seguinte).

4. “E, sendo ouvidas dos sete trovões as suas vozes, eu ia escreve-las,
e ouvi uma voz do céu, que me dizia: Sela o que os sete trovões falaram, e
não o escrevas”.





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 “...Sela o que os sete trovões falaram”. O Apóstolo João entendeu muito bem o sentido da voz dos sete trovões, porém a exemplo de Paulo, lhe foi vedado escrever ou revelar a mensagem (cf. 2Co 12.4). O Trovão é símbolo de aviso, tanto neste livro como fora dele. Em outras passagens preliminares em que ocorrem trovões (8.5) e 11.19 e 16.18), são anúncios prévios de juízos da ira divina, o que provavelmente, se dá aqui também. No Apocalipse o trovão do hebraico “estrondar”. Ocorre 10 vezes neste livro.


I Os intérpretes históricos fazem suas interpretações neste ponto, a despeito do fato que a voz dos trovões foi “selada”. A noção mais comum entre eles é que os sete trovões falam sobre as “sete cruzadas cristãs”, que teriam por finalidade liberta a Terra Santa do domínio pagão. Cremos que essa forma de interpretação está dentro da lógica formal, mas não se coaduna com o argumento principal. O trovão no mundo antigo, era tido como uma “voz divina” de advertência. A voz de Deus, em muitos casos, se fazia ouvir como se fora um trovão: alguns compreenderiam o seu sentido, e outros não, tal qual temos em Jo 12.28-29. Observamos que os trovões neste livro do Apocalipse marcam o início e o fim de algum juízo (8.1, 5). Portanto, enquanto esses trovões são sete ou anunciam sete juízo separados, embora indefinidos (os quais sobrevirão durante o tempo da Grande Tribulação), eles introduzem o juízo da sétima trombeta (11.15). Novamente, quando do juízo da “sétima taça”, haverá trovões (16. e vs. 17, 18). Tal como no caso da identificação dos “trovões”, cremos que também é inútil especular por que essa visão não foi desvendada. O futuro haverá de deixar tudo claro.


5. “E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a sua
mão ao céu”.

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“...levantou a sua mão ao céu”. Esta passagem é paralela à de Daniel(12.7), onde o “homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio... levantou a sua mão direita, e a sua mão esquerda ao céu, e jurou por aquele que vive eternamente...” Em razão deste juramento, feito pelo anjo do pequeno livro, alguns expositores acham que não seja o Cristo que está em foco nesta secção. Invocam para tal forma de interpretação Hebreus 6.13, que diz: “...quando Deus fez a promessa a Abraão, como tinha outro maior por quem jurasse, jurou por SI mesmo”; E, conseqüentem ente, Jesus sendo Deus (defendem eles), não podia jurar por outro, como fez o anjo do presente capítulo. Nosso ponto de vista nesta passagem é: Jesus levantando sua mão ao céu e jurando em nome do Pai, simplesmente: “jurou por SI mesmo” (cf. Jo 14.10, 11, 28). Portanto, isso diminui sua autoridade divina de ser igual a Deus e, sim de honrá-lo. A fim de proferir um juramento, como era costumeiro, talvez mostrando o “livrinho” que trazia na mão direita, levantou-se ao “céu”, lugar da habitação de Deus, chamando-O por testemunha


I  “A mão está levantada para a altura das estrelas; ele fala, e as regiões do firmamento ecoam com acentos poderosos assim como o deserto à meia-noite ressoa com o rugir do leão. A artilharia do céu é descarregada como sinal; um troar de sete trovoes espalha o alarme e prepara o universo para receber suas ordens. Para completar o quadro, e dar a mais elevada grandeza e também maior solenidade à representação, do significado do pensamento, ele jura por aquele que vive para todo o sempre”.


6. “E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu
e o que nele há, e a terra e o que nele há, e o mar e o que nele há, que
não haveria mais demora”.

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 “...aquele que vive para todo o sempre”. A eternidade de Deus é
incluída no juramento do elevado poder angelical. Se define eternidade quanto aquilo que é infinito quanto ao tempo. O termo quando aplicado a respeito da pessoa de Deus, se refere a sua auto-existência, não conhecendo limites de anos ou de tempos passados, presentes ou futuros. Ele é duma eternidade a outra. “É duração, sem princípio nem fim; existência, sem limites ou dimensões, em qualquer tempo, sem passado ou futuro. Sua eternidade é juventude sem infância ou velhice; vida sem nascimento ou morte; é hoje, sem ontem ou amanhã”. A eternidade de Deus, é sem dúvida alguma, um sempiterno presente, ligando o hoje do tempo como se fosse o amanhã da eternidade. O Deus da Bíblia é o único que é absolutamente eterno, pois Sua existência não conhece princípio ou fim. Nesse sentido, a eternidade é um atributo peculiarmente Seu, e, no trono que permanecerá para todo o sempre. Ele há de permanecer para sempre em majestoso isolamento. Não há outro ser semelhante a Deus! Deus Filho também há de permanecer!


7. “Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta,
se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus
servos”.

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(VER O CONTEXTO DESTE VERSÍCULO EM APOCALIPSE 11.15, QUE DIZ: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grande vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo...”).
 “...O segredo de Deus”. O Dr. Young define a palavra “mistério” como o que é somente do iniciado. Todos os espiritualmente iniciados podem compreender muitos mistérios das Escrituras (cf. 1Co 13.9-12). Usado exclusivamente no Novo Testamento (cerca de 27 vezes), João emprega a palavra quatro vezes:


I (a) O mistério das sete estrelas. Ap 1.20; (b) O mistério de Deus. Ap 10.7; (c) O mistério da grande Babilônia. Ap 17.5; (d) O mistério da Mulher. Ap 17.7. E além dos mistérios já abordados, temos, por exemplo: o mistério da Igreja (Ef 3.3); há o “mistério” da Redenção de Cristo, mediante a sua presença em nós (Cl 1.26). O “mistério” do presente texto é sem dúvida o que Paulo falou em Efésios (1.10), onde o grande desejo de Deus é “...congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tantas as que estão nos céus como as que estão na terra”. É, evidentemente, o estabelecimento do reino milenial de Cristo sobre a terra com poder e grande glória (cf. Ap 11.15 e ss).


8. “E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse:
Vai, e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e
sobre a terra”.


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  “...toma o livrinho aberto”. A palavra “mar” literal ou figurada, ocorre cerca de 25 vezes no Apocalipse (4.6; 5.13; 7.1, 2; 8.8 (duas vezes), 9; 10.2, 5, 6, 8; 12.12; 13.1; 14.7; 15.2 (duas vezes); 18.17, 21; 20.8, 13; 21.1). Mas, nesta secção, o que chama a nossa atenção é a palavra “mar” citada antes da palavra “terra”, em lugar do habitual feito neste livro (cf. 7.1-3; 12.12; 13.11; 14.7; 21.1). É impossível interpretação satisfatória a todos nesta passagem; mas no sentido figurado, o “mar” citado em 13.1, é tomado como a parte primordial do mundo da Besta, enquanto que “terra” no versículo 11 do mesmo capítulo, indica a Palestina ou a Terra Santa. Assim, pois, ter o anjo colocado em primeiro lugar o seu pé sobre o mar, significa: o controle total do filho de Deus, sobre qualquer avanço das forças do mal, no mundo da Besta. Este versículo faz-nos retornar diretamente à cena de Ezequiel 2.1 e 3.3, que é uma passagem paralela à que esta em foco. As predições deste profeta, tal como o livro do Apocalipse, contém muitos itens lamentáveis de condenação, tragédia e ameaças para uma geração futura. No livro de Ezequiel, porém, é dito somente que o livro era doce, mas que a mensagem ali contida era amarga.


9. “E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho, e ele disse-me: Toma-
o, e come-o, e ele fará amargo o teu vente, mas na tua boca será doce
como mel”.

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 “...fará amargo o teu vente”. “Várias vezes nas Escrituras, a Palavra de Deus é comparada com alimento que deve ser assimilado. Portanto, o sentido inerente do texto, deve ser o mesmo sentido das palavras de Jesus em Jó 6.51-56, onde a “carne do Filho do homem” é comida, e seu “sangue” é bebida, que conforme se depreende do versículo 35, significa no pensamento de Jesus: Tomar posse da vida eterna. Ezequiel, como João, experimentou uma profecia doce- amarga (Ez 2.8 e 3.1-3). Da mesma forma, o profeta Jeremias teve de consumir a palavra da revelação divina (Jr 15.16)”. Para João, o comer, significa tomar posse da mensagem profética e transmiti-la de acordo com a vontade diretiva de Deus (cf. Jr 15.16; Ez 3.4; Ap 10.11). Notemos que primeiro o anjo disse: “...ele fará amargo o teu vente”. E no versículo 10 João diz primeiramente: “...na minha boca era doce como mel”. Parece a ordem lógica: o anjo, ao entregar o livrinho, preveniu-o do amargo, para evitar a João a frustração após a doçura do mel.

10. “E tomei o livrinho da mão do anjo, e comi-o; e na minha boca era
doce como mel; e, havendo-o comido, o meu vente ficou amargo”.

“...tomei o livrinho”. Ele não deve ser interpretado como sendo o mesmo do capítulo 5: o livro selado (ainda que esteja já aberto como no v. 8); mas pode ser a continuação do mesmo M. S. S. Novah diz o que segue: “O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e aramaico e essas línguas não poderiam ter uma palavra significando livro como entendemos atualmente...”. O vocábulo foi usado pela primeira vez por S. Crisóstomo no 4º século, embora se tenha também notícia que, o uso mais antigo de TA BIBLIA (‘os livros’) pelos cristãos, com esse sentido, segundo se diz, foi iniciado EM 2 Clemente 14.2 (c. de 150 d.C.) Onde lê-se as seguinte frases: “...os livros e os Apóstolos declaram que a Igreja Primitiva tem existido desde o principio”. Dispunham, entretanto, das palavras significando “escritura” e “rolo”. João, escrevendo em grego, usou a palavra “biblos’ (de onde se origina “bíblia’’ e “biblioteca”), que veio a indicar o livro em sua forma moderna. Este do presente capítulo é retratado pelo anjo como sendo “pequeno”, embora sua mensagem fosse grande como o universo todo.

11. “E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos,
e nações, e línguas e reis”. 

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“...importa que profetizes outra vez”. Nada é dito sobre o pequeno rolo– o livrinho aberto. Expositores renomados pensam tratar-se do livro por excelência aberto a todos os “povos, e nações, e línguas e reis”: A Bíblia. Talvez essa, a pequena parte entregue a João, profetizando a todos os povos e cuja compreensão está hoje aberto a todos os que a escutam, seja o Apocalipse! Se assim for, não fechemos o grande livro de Deus.


I  povos, e nações, e línguas e reis. Essa enumeração com leves variações, vista no texto em foco, tem sentido de “universalidade”, aplicável a todos os seres humanos; acha-se também sete vezes no Apocalipse, em diversas conexões (5.9; 11.9; 13.7; 14.6; 17.15) e, ao mesmo tempo, aponta para o “retorno” de João da “Ilha de Patmos” (1.9) com uma nova mensagem a toda a criatura. Neste versículo, “reis” aparece em lugar da palavra usual, “tribo”. Provavelmente, como observa o Dr. R. N. Champrin, Ph, D isso é uma antecipação de Ap 17.10, 12. Assim sendo, Cristo, ao voltar, será governante de todos os reis e príncipes da terra, pois é “Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (19.16). Alguém pode perguntar: Não era João tão velhinho? Teria ainda condições para grande caminhadas? Para transpor os mares em busca de nações e reis? Teria ainda forças para profetizar diante de muitos povos e línguas? O Apóstolo não sabia. Mas escreveu. E aí estão as palavras do versículo (“11”)! Em quase todas as línguas do mundo, João está falando hoje. E assim tem falado diante de muitos povos, nações, línguas e reis!. 


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